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4.11.11

Das coisas que nos angustiam.

Foto: minidreamer





A angústia é um sentimento totalmente humano. Temos dentro da gente um dispositivo que dispara sempre que nosso instinto “percebe algo” real ou imaginário. O medo da morte, a dor da perda, a ideia de ser demitido, o fora que se pode levar... até o amor nos angustia. 

Arthur Schopenhauer afirmava que viver é necessariamente sofrer. Friedrich Wilhelm Nietzsche dizia que sim, é preciso ter consciência de que a vida é uma tragédia. E Jean-Paul Sartre defendia que o homem estava condenado a ser livre e por ser dono de suas escolhas, já sentia-se angustiado por ter que optar por algo. É, não tá fácil pra ninguém.

O pior dessa sensação é que ela nem sempre é detectada como tal. Geralmente é aquele aperto no peito, aquela dorzinha indefinida que incomoda tanto que as vezes nos faz chorar, temer o pior, ter um ataque de pânico inexplicável. Remédio para isso? Tem os que correm ao médico atrás de uma receita daqueles tarjas pretas indicados contra depressão. Há os que recorrem a terapias em busca do auto-conhecimento. E também aqueles que encontram no colo da mãe ou no ombro do amigo o alívio momentâneo para o que sente. Mas e a cura, será que tem?

Foto: minidreamer
Das coisas que nos angustiam:


 “O namoro acabou e eis que o fim do mundo bate a nossa porta”.


 “Um ente querido falece e já não conseguimos nos imaginar abrindo os olhos no dia seguinte”.


 “A pessoa foi demitida e já anda pelas ruas como se não houvesse mais nenhuma oportunidade a espreita”.


“Fez o Enem e fica achando que a prova foi uma porcaria e nunca entrará em uma faculdade que preste”.


“Ouviu aquela fofoqueira contando que viu o namorado com outra na balada e já quer morrer antes de perguntar a ele se é verdade”.


 “Abre a geladeira e vê aquele pote magnífico de sorvete. Abre e descobre que é apenas feijão congelado” .


“Pagou R$1.500,00 no ingresso para ver João Gilberto tocar e ele adia a turnê porque está gripado”. (Essa é pra você, Zileide Silva).


Whatever... Não importa se o motivo é banal ou sério. Sempre estamos angustiados por alguma razão.

Daí, fico pensando, se não existe algo eficaz que possa nos afastar para sempre desse “sentimentozinho” que nos corrói por dentro. Algo que não venha de fora, mas que seja encontrado ali dentro, no mesmo lugar onde dói. E bom, dizem que um sorriso cura tudo. Que a alegria é contagiante. Que um abraço acolhedor pode nos tirar do buraco da dor. Que o amor tem o poder de nos envolver em uma aura de pura felicidade... Blá, blá, blá. Ok! Tudo muito lindo, mas vamos pensar naquilo que conseguimos extrair de nós mesmos... Seria um bocado de fé? Uma boa dose otimismo? Ou quem sabe, uma pitadinha de generosidade, que nos faça pensar mais nos problemas dos outros que nos nossos? É, muito altruísta, mas nada realmente adequado a realidade humana. 

Foto: minidreamer
A verdade é que nossos problemas nunca são pequenos aos nosso olhos. É sempre muito difícil pensar que o que sentimos, pode ser algo passageiro. E a angústia parece ser uma parte que compõe nossa estrutura física e mental. Algo que não pode ser desmembrado. Mas quer saber? Não é todo dia que algo ruim nos acontece. Soa clichê, mas na boa, sempre há mesmo um dia após o outro (a não ser que você morra, amigo. Aí complica... Quer dizer, quem sabe ao certo, né?). Como diz aquela frase que todos atribuem a Shakespeare, mas não tenho a menor certeza se é dele mesmo e é até capaz que seja da Clarice Lispector (Não são dela todas as frases manjadas hoje em dia?) “Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte”.

Então é isso. Se você que me lê agora, conseguir descobrir algo que realmente possa curar a angústia definitivamente, para que ela seja erradicada como o Ébola. Por favor, me avise. Quero patrocinar você e nós dois seremos muito ricos.

Beijos,





P.S. Perdoem os erros ortográficos, de concordância, etc. O revisor estava fazendos as vezes de mestre cuca e não pode revisar. =)

8.5.11

E o instinto materno?


Os tempos são outros, mas culturalmente, ainda estamos impregnados pelo conceito de que toda mulher nasceu para constituir família. O que é uma inverdade. Muitos falam de instinto materno, mas não está no “gene” feminino a propensão para casar e ter filhos.

Casar e ser mãe são escolhas. Assim, como o contrário também é válido. Só que estamos tão condicionados  a pensar que o natural é que essa vontade exista, que geralmente fazemos aquela cara de “NÃO ACREDITO” quando ouvimos das modernas mulheres do século XXI que não, elas não querem isso para suas vidas.

Instinto materno não existe. A verdade é que a sociedade, que foi tradicionalmente patriarcal em grande parte da história, definiu que lugar de mulher era em casa cuidando do marido e dos filhos. Só que, gente, ser mãe é um compromisso muito sério. Por isso a tese do instinto é falha. Ou vocês acham que a mulher de Praia Grande que jogou a filha na caçamba de lixo tinha algum?

Ser mãe é ter responsabilidade pela vida de outro por tempo indeterminado. É desenvolver um sexto sentido que avisa que o filho precisa de você antes mesmo dele chorar. É desistir momentâneamente, ou talvez pela vida toda, de seus planos e alguns sonhos. É até prometer que ficará um ano sem comer chocolate só para ver seu filho se curar de uma pequena gripe. Ser mãe não é para qualquer uma, não!
Para excercer o papel de mãe é necessário ter um coração maior, como naquele ditado que diz “Em coração de mãe sempre cabe mais um”. É saber ouvir, cuidar, repartir, embalar, compreender, instruir, amar...

Sei bem que existem mulheres, a maioria na verdade, que cai de paraquedas na maternidade. No mundo ideal, toda mulher deveria escolher o momento de ser mãe. Assim como também deveria ser possível impedir que algumas mulheres, incapazes de cuidar de si mesmas, colocassem uma criança no mundo. 

Não tenho nenhuma propriedade para isso, afinal, ainda não tenho filhos. Mas, nesse Dia das Mães quero dizer às mulheres que abandonam ou maltratam seus filhos que pensem melhor antes de trazer para sua vida uma criança que não terá capacidade de amar. Uma criança que um dia pode também vir a se tornar um pai ou uma mãe que também não tenha essa capacidade e o círculo vicioso nunca irá se quebrar.

Para aquelas que não sentem o desejo de ter um filho, não se culpem. Esse é um direito seu que deve ser preservado e respeitado. Continue seguindo seu coração.

 Por fim, a todas as mulheres que são mães, inclusive a minha, todo meu respeito. E meu amor, é claro. Tenho uma grande admiração por todas vocês que abriram espaço nas suas vidas para receber um serzinho que desde o dia que chegou, nunca mais deixou de te dar preocupação.  Feliz Dia das Mães.