28.7.09

A crise alcançou a criatividade.

Sempre pensei em criatividade como algo natural do ser humano. Ou você nascia criativo ou passaria a vida inteira tendo ideias medíocres. Enganei-me. E duas vezes.

Sim, existem pessoas com uma facilidade enorme para ser criativo. E usam a criatividade natural para diversos fins. Tornam-se artistas brilhantes, empresários de sucesso, grandes políticos, engenhosos ladrões e pérfidos assassinos.

Também tem aqueles que desenvolvem a criatividade a partir de muita leitura, observação e curiosidade. Afinal de contas, ser criativo não é apenas ter ideias soltas. É criar conceitos.

Quando escolhi fazer PP, já escrevi sobre isso por aqui antes, eu acreditava que era uma pessoa naturalmente criativa. E passei os anos de faculdade crendo nisso. Engraçado é que nunca me toquei que ser criativo no mundo publicitário não é só ter uma boa ideia. Aliás, uma ideia para ser boa precisa de argumento e consistência. E isso não surge como um insight em uma noite de sono. Surge com muito estudo e dedicação.

Pensando a esse respeito, percebi o quanto saímos despreparados da faculdade. Claro que parte do despreparo é por conta do aluno, que muitas vezes troca as aulas pelos famosos churras ou botecos da esquina (o que não é o meu caso, diga-se de passagem. risos). Mas, as aulas puramente teóricas não chegam nem perto da realidade de uma agência ou qualquer outro local de trabalho. Nesse ponto, que estágios são sempre muito importantes para a construção de qualquer carreira.

A verdade é que aula nenhuma nos prepara para a realidade do mercado de trabalho. Nenhuma aula de Redação me preparou para as horas que eu passo batendo cabeça pensando em títulos que serão reprovados até estarem realmente bons. Em nenhum momento os prazos para entrega dos trabalhos aos professores se comparam aos prazos que o Atendimento oferece para o deadline de um anúncio ou campanha. Enfim, realidades quase opostas.

E o que isso tem a ver com ser ou não criativo, que é o tema inicial desse post? Bom, depois de uma semana em crise de criatividade ficou muito claro pra mim que:

1. Eu não nasci naturalmente criativa.
2. Tenho que ler muito, observar e “curiar” se um dia quiser fazer bons trabalhos.
3. Eu deveria ter me formado em Jornalismo. (risos)

Mas, como não sou naturalmente criativa e está fora de cogitação começar uma nova faculdade (pelo menos por enquanto). Resta-me fazer o que os camaleões fazem, adequar-se. Ou seja, ler e ler muito. E não é qualquer leitura não. É leitura boa! rs Como diz meu namorado "Você tem que ler Platão". Brincadeiras a parte, a leitura é de fato extremamente importante na busca pela inspiração. E a conexão constante com as informações que mudam a todo instante, também. E só pra começar, em nome da criatividade perdida (ou seria, nunca encontrada?), eu, “a investigadora solene das coisas fúteis” dei uma busca pelo que há de mais atual pelo mundo nesse mesmo instante:

...
A recuperação do Massa. Moradores protestando contra as enchentes no Paraná. Dunga divulga lista para o amistoso. Um relatório do Senado deverá pedir demissão de 100 servidores. Na novela Caras e Bocas Cássio é pedido em casamento (CHOQUEI! risos). USP, Unicamp e Unesp adiam aula por causa da gripe. Fani lança diário secreto com fãs no Rio (ãnh?!). Backstreet Boys prometem voltar com cd novo até outubro (Nãooo... Por favor, não!)
...

É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, né? Mas é isso aí... Quem deseja criar, ter boas ideias, tem que saber tudo o que interessa e até o que desinteressa. E eu, estou muito interessada em saber o que você pensa a respeito. Comenta aí!
E quando quiser, conheça meu trabalho.

14.7.09

Eu quero um quarto com porta.

Quando somos crianças, em geral, adoramos a casa cheia de gente. A primaiada mais nova correndo adoidado pelo quintal, as tias fofocando suas intimidades, a vó cozinhando aqueles quitutes deliciosos, os tios gritando na sala por causa do futebol, o vô contando suas velhas histórias, enfim, aquela farofada que só quem tem uma grande família pode entender.

É uma delícia ver todos ali reunidos, porque aquilo ali é sua proteção, seu refúgio contra o resto do mundo caso ele queira lhe fazer algum mal. É a alegria, a diversão, o reconhecimento entre os seus, a doçura, o amor.

Daí, a gente cresce. Expande os horizontes. Cria laços com o mundo que antes nos parecia assustador. Mora com muita gente de novo. Ou com gente nenhuma. Descobre o doce e o amargo que é morar só. E esse “só” abrange toda e qualquer situação de moradia longe da casa dos pais.

Nesse processo, algumas pessoas tornam-se extremamente expansivas, outras mais reservadas e outras, como eu, alternam entre momentos de “multidão e solidão”, ou seja, até gosta de uma baguncinha, mas querem e se acham no direito de ter seus momentos dignos de privacidade.

É assim mesmo. Tem gente que depois que cresce continua ali, com a família. Outras caem no mundo para viver só. Uns ficam onde estão para sempre. Outros trocam de lugar. E outros voltam para onde começaram que é o meu caso.

Família. Proteção. Crescimento. Expansão. Recato. Multidão. Solidão. Ir. Voltar. Continuar. Recomeçar.

Quando você volta a morar com sua família, depois de anos fora de casa, essas palavrinhas aí ficam todas misturadas. Para algumas pessoas não, é claro. Mas, como estou falando de mim, faz muito sentindo. E essa confusão toda é só pra expressar o quanto eu preciso de uma porta no meu quarto. (risos)


6.7.09

Entre o íntimo perto e o infinito distante.

"Ser é um verbo de existência. Ser tem sido um tema dominante da filosofia conteporânea devido, respectivamente, à denúncia do esquecimento do Ser. (...)

Ser é o estado do que é. O que é o ser senão o regente do verbo ser, e que recebe tudo que é por ele predicado."

Quanto tempo levamos na caminhada para a descoberta de quem somos? Existe gente que já nasce com essa certeza? Ou seja, já veio preparado, sabendo quem é e a que veio ao mundo.

Ou será que levamos a vida toda e nunca chegamos a nenhuma conclusão específica?

Viver sem saber a que veio e fazer o que quiser, porque não tem nenhuma missão, nenhuma tarefa pendente ou promessa a ser cumprida. Onde isso pode nos levar?

Tem dias que paro e me pergunto coisas assim. Porque há dias que não sei mais quem sou, se é que algum dia já soube. Quando eu tinha 19 anos , me disseram para eu não me preocupar em ter uma personalidade formada. Era demasiado cedo. E hoje? Hoje tenho 25 e já está na hora de ter certas certezas. Ou não! (risos)

Incertezas a parte, acho que todo mundo tem seus dias ou mesmo fases de questionamentos. Afinal, é saudável questionar a vida, o mundo, as teorias, as pessoas. Se tudo fosse quadradinho demais, seria muito chato. Não é mesmo?

"Aprender o 'ser ou não ser' pode ser muito importante, principalmente para quem só conhecia o 'não ser' ".