Quando você pede muito algo. Quando você deseja verdadeiramente alcançar aquilo que deseja. De um jeito ou de outro você acaba conseguindo.
Só que às vezes, você está tão distraído que nem presta devida atenção. Nem nota que aquilo que chegou de forma tão despropositada em sua vida, possa ser bom.
Por isso, vale à pena ficar mais esperto. Prestar atenção nos pequenos detalhes. E nas mínimas oportunidades que se achegam de mansinho. Pode ser um sorriso gratuito. Uma puxada de papo a toa. Ou até mesmo um estranho que surge de repente e parece que sempre esteve ali.
Saiba que as coisas mais incomuns são aquelas, que na maioria das vezes farão alguma diferença em nossas vidas.
Creia no impossível. Tenha fé no desconhecido. E esteja aberto a todas as possibilidades. Afinal, o que você mais deseja, pode entrar pela porta que você menos vigia.
Texto curtinho. Mas, o que vale é a intenção, né? Semana que vem, posto um novo conto pra vocês.
Sabem aquelas tais coisas que surgem do nada? Quando você está de bobeira, desencanado até. E de repente “boom", algo explode e te surpreende positivamente?
Um dinheiro que você nem contava receber. O elogio de alguém impensável. Uma inusitada proposta de trabalho. Alguém interessante que cai de pára-quedas na sua vida. E por aí vai!
Não importa o que seja. São eventualidades ou pessoas com um poder transformador. Que faz com que isso seja tão gostoso de acontecer. Algo que tem a capacidade de acordar o que estava adormecido: a fé no acaso.
Eu tenho verdadeira paixão pelo inusitado. Situações positivas que fogem do senso comum. Alheias ao cotidiano. Que ocorrem inesperadamente de forma criativa. E aguçam todos os meus dispositivos de felicidade.
Não costumo me questionar a respeito quando isso acontece. Não fico me perguntando "Por que comigo?". Eu simplesmente abro os braços e recebo de bom grado.
Creio no seguinte, se algo ou alguém muito bom chegou até sua vida. É porque você definitivamente é merecedor disso. E a única pergunta que deve fazer a você mesmo é "E por que não?".
Aproveite o que o acaso te traz. Não vire as costas para o que não compreende de imediato. Dê uma chance para você. E viva da forma mais inusitada que puder. Pelo menos uma vez, duas, três ou infinitas vezes, se possível.
Para finalizar, deixo registrada uma letra que eu amo. É uma composição do Ivan Lins, na bela voz de César Camargo Mariano. Fala apenas de paixão. Mas, é uma boa pedida para quem costuma acreditar que coisas boas acontecem ao acaso.
Como fiquei um longo tempo sem postar. E por causa disso, quebrei minha própria promessa de um post por semana. Deixo também um pequeno conto que estava esquecido em meu arquivos.
Algum sentido. Sentido algum.
Ali sentado no meio da grama, ele pensou nela. Sentiu uma imensa onda de tristeza. E se sentiu muito idiota por ter aquela sensação.
Lembrou de como ele tentara ajudá-la a enxergar que aquele caminho que ela seguia. Não era nem de longe o que a faria mais feliz. Isso não é problema seu, ela disse. Achei que fosse, pensou ele.
Muitas vezes, as pessoas nos machucam. Mas, é pior ainda quando o que as machuca faz a gente se sentir magoado também. E Liz sabia muito bem como se machucar. Ela era uma pessoa impossível de se entender. De tão simplista e transparente, parecia até uma tola.
O orvalho começou a cair e molhava seus cabelos. Ele levantou o rosto e sentiu as gotículas refrescantes da noite. Uma confusão de sentimentos passou por ali. Como ela podia agir assim? Tudo que ele queria era um tempo para fazer as coisas realmente darem certo.
De novo pensou que nem tudo tem o sentido que esperamos encontrar. E se conformou. Afinal, para que ele deveria despender tanto esforço para justificar o que não tinha justificativas?
Levantou e caminhou lentamente até o quarto do hotel em que estava hospedado. Não tinha notado que estava tão cansado. Não cansado fisicamente. Mas, cansado de sentir, pensar, absorver, conviver, doar. Cansado dele. Cansado dela. Cansado da vida que levava.
Ligou o rádio. Tocava uma velha música do New Order*. Pediu um vinho. Sentou na beirada da janela. Uma brisa bateu leve em seu rosto. Começou a prestar atenção na letra.
“Porque não podemos ser nós mesmos como éramos ontem? Eu não tenho certeza do que isso significa. Eu não acho que você seja o que mostra. E na verdade admito para mim mesmo que se eu machucar outra pessoa. Eu jamais verei o que na verdade deveríamos ter sido.”*
Sorriu. Cantou baixinho. Cancelou o vinho e deitou-se na cama para continuar perdido em seus próprios devaneios.
Tudo continuaria a ficar sem fazer sentido, afinal.
Redatora Publicitária e aspirante a escritora nas horas vagas, gosto de escrever sobre coisas comuns, para pessoas comuns que adoram tratar a respeito do cotidiano.