Quando ouvi falar em Crepúsculo pela primeira vez, não era mais uma adolescente. Já tinha passado uns 10 anos à frente das histéricas mocinhas de 15 anos. Aquelas que gritam quando vêem os lobos e vampiros da história. Mesmo assim, ao assistir o tal filme fiquei encantada. E não assisti apenas uma vez. Assisti exatas oito vezes, as mesmas cenas bobas. Não satisfeita, ainda comprei o DVD original e todos os livros da série ou saga, como chamam.
E a coisa foi só piorando.
Comecei a idealizar uma relação que só existia na ficção. Eu queria um Edward pra mim. Ninguém que estivesse ao meu lado naquela época, poderia ser bom o suficiente. Acreditem, eu sofri com isso.
Sabem por que eu estou contando esse fato embaraçoso pra vocês? Porque dia desses, eu assisti o terceiro filme da “saga”, Eclipse. E foi uma surpresa notar que o personagem que tanto havia me encantado... É um idiota. Se eu tivesse que escolher alguém no filme, certamente não seria mais ele.
Edward é pedante. Formal demais. E me mataria de tédio em menos de duas horas de conversa. Ah sim, ele é lindo. Aliás, o Robert Pattinson é lindo. Sabe-se lá como seria o Edward, caso ele existisse (risos). A verdade, é que pelo menos pra mim, não tem graça nenhuma toda aquela perfeição exacerbada.
Com o passar do tempo, o que no meu caso foi até um curto espaço. A gente aprende que as relações que realmente funcionam, são aquelas com pessoas cheias de defeitos. Porque afinal de contas, defeitos todo mundo tem. Saber lidar com eles é que faz com que o relacionamento amadureça. Seja um amor, uma amizade ou uma simples relação familiar.
Tenho visto muita gente comentar que gostar de Crepúsculo faz de você alguém sem personalidade. Segundo Pablo Villaça, a história é cheia de falhas e a escritora é uma medíocre. Felipe Neto diz que se você não é uma adolescente virgem de 13 anos, não faz sentido gostar disso. E um monte de outros “contras” que poderiam ser listados.
Não creio que meu entusiasmo ao ter o primeiro contato com essa história, tenha sido falta de personalidade. Inclusive, escrevi um texto falando sobre a importância de manter vivo o adolescente que cada um tem dentro de si. Que foi uma maneira de defender minha paixão eminente. E defender o que se acredita, é ter personalidade. Mas, ao olhar pra trás, eu posso afirmar sem medo: eu era pura e simplesmente imatura e carente. E é bom conseguir enxergar isso agora.
É certo que cada um tem características e gostos próprios. E também, é correto que estas mudam de acordo com o tempo. Personalidade é algo que se constrói ao longo de uma vida. Todos os dias, ela pode sofrer alterações. E eu agradeço muito por ter essa capacidade de mudar. Sempre!
Espero que tenham gostado. E também, que compartilhem comigo suas experiências sobre algo que os fizeram mudar de opinião.
Beijos!
Revisão: Felipe Rui.