17.7.10

Que Edward, que nada!


Quando ouvi falar em Crepúsculo pela primeira vez, não era mais uma adolescente. Já tinha passado uns 10 anos à frente das histéricas mocinhas de 15 anos. Aquelas que gritam quando vêem os lobos e vampiros da história. Mesmo assim, ao assistir o tal filme fiquei encantada. E não assisti apenas uma vez. Assisti exatas oito vezes, as mesmas cenas bobas. Não satisfeita, ainda comprei o DVD original e todos os livros da série ou saga, como chamam.
E a coisa foi só piorando.
Comecei a idealizar uma relação que só existia na ficção. Eu queria um Edward pra mim. Ninguém que estivesse ao meu lado naquela época, poderia ser bom o suficiente. Acreditem, eu sofri com isso.
Sabem por que eu estou contando esse fato embaraçoso pra vocês? Porque dia desses, eu assisti o terceiro filme da “saga”, Eclipse. E foi uma surpresa notar que o personagem que tanto havia me encantado... É um idiota. Se eu tivesse que escolher alguém no filme, certamente não seria mais ele.
Edward é pedante. Formal demais. E me mataria de tédio em menos de duas horas de conversa. Ah sim, ele é lindo. Aliás, o Robert Pattinson é lindo. Sabe-se lá como seria o Edward, caso ele existisse (risos). A verdade, é que pelo menos pra mim, não tem graça nenhuma toda aquela perfeição exacerbada.
Com o passar do tempo, o que no meu caso foi até um curto espaço. A gente aprende que as relações que realmente funcionam, são aquelas com pessoas cheias de defeitos. Porque afinal de contas, defeitos todo mundo tem. Saber lidar com eles é que faz com que o relacionamento amadureça. Seja um amor, uma amizade ou uma simples relação familiar.  
Não adianta olhar para seu namorado e desejar que ele só queira te levar para a cama depois de casar. Ou que ele dance uma valsa contigo. Ou até mesmo que ele fique acordado a noite inteira só pra zelar por seu sono. Esse cara NÃO existe! Pode até ser que ele tenha uma ou outra qualidade louvável. Mas, no geral, ele vai te largar pra ir assistir o futebol. Vai virar pro lado e roncar depois do sexo. E certamente, irá pisar no seu pé até dançando forró. Mas poxa, é esse cara que com todos seus defeitos e particularidades, faz da relação algo real. Porque afinal de contas, tenho certeza de que você não quer um capacho ou alguém que fique te bajulando 24 horas do seu dia. Você quer alguém de verdade. Uma pessoa que construa uma vida contigo.
Tenho visto muita gente comentar que gostar de Crepúsculo faz de você alguém sem personalidade. Segundo Pablo Villaça, a história é cheia de falhas e a escritora é uma medíocre. Felipe Neto diz que se você não é uma adolescente virgem de 13 anos, não faz sentido gostar disso. E um monte de outros “contras” que poderiam ser listados.
Não creio que meu entusiasmo ao ter o primeiro contato com essa história, tenha sido falta de personalidade. Inclusive, escrevi um texto falando sobre a importância de manter vivo o adolescente que cada um tem dentro de si. Que foi uma maneira de defender minha paixão eminente. E defender o que se acredita, é ter personalidade. Mas, ao olhar pra trás, eu posso afirmar sem medo: eu era pura e simplesmente imatura e carente. E é bom conseguir enxergar isso agora.
É certo que cada um tem características e gostos próprios. E também, é correto que estas mudam de acordo com o tempo. Personalidade é algo que se constrói ao longo de uma vida. Todos os dias, ela pode sofrer alterações. E eu agradeço muito por ter essa capacidade de mudar. Sempre! Espero que tenham gostado. E também, que compartilhem comigo suas experiências sobre algo que os fizeram mudar de opinião. Beijos! Revisão: Felipe Rui.

12.7.10

Santos pecadores.

Para muitas pessoas, futebol é considerado uma religião. Os campos são templos. Os jogos são cultos/missas. E os jogadores, por sua vez, os santos. Os ídolos. Os idolatrados. As imagens que representam nossa fé em todas as partidas. Por eles, nós clamamos. Para eles, nós direcionamos orações. E são eles, que nós maldizemos, quando nossos pedidos não são atendidos devidamente.
Na Igreja Católica e na Ortodoxa, qualquer pessoa pode ser reconhecida como santo. Mas, para isto é preciso ter feito algo extraordinário. Seja algo considerado um milagre ou sucessivas boas ações durante a vida. Para os protestantes, os santos não existem. Não devemos dividir a atenção que deveria ser exclusivamente de Deus, com “pessoas comuns”.
Os católicos cultuam os santos. Tem em suas casas, réplicas da imagem que estes tiveram enquanto vivos. Para os protestantes, eles são apenas imagens de barro que escondem o Diabo atrás de si.
Eu não sigo nenhuma religião. Nem acredito em santos. Apenas, tenho fé em Deus.
Sou flamenguista desde criancinha. E a vida toda eu assisti o Flamengo em seus altos e baixos pelos campeonatos. Independente de como ele se saía, lá estava eu, sofrendo e sorrindo junto com meus tios fanáticos, diante da TV. Em 1999, eu voltei pra casa debaixo de chuva, apenas para ver o Flamengo jogar. Naquela época, Caio Ribeiro* estava em uma breve passagem pelo Clube. Durante a partida, o goleiro Clemer foi expulso e Caio ficou no gol. E fez boas defesas. Foi emocionante. Será que ele se lembra disso? Eu lembro.
Esse foi apenas um episódio solto, dentro do balaio de lembranças emaranhadas que eu tenho. Lembranças de quando os jogadores simplesmente faziam aquilo pelo qual se apaixonaram: jogar pela bandeira do seu Clube. Quando eles ainda apareciam no Globo Esporte. Não em programas sensacionalistas, como assassinos, drogados ou por não quererem pagar os serviços de um travesti.
O Flamengo já teve grandes jogadores: Zico, Júnior, Romário, Athirson*, Juan, Julio César, Pet...  O próprio Adriano, que ajudou na conquista de nosso último título. Inclusive, era para ele que eu vibrava em cada um dos últimos jogos. E quando ele saiu, fiquei triste e pensando em quem escolheria para meu novo “ídolo flamenguista”. Adivinhem quem escolhi? Escolhi: ele, o solitário do gol. O homem dos pênaltis. O goleiro-capitão. E me fodi! Em rubro-negro. Triste.
Aonde eu quero chegar falando de igreja/futebol e jogadores/santos? Pois bem, eu quero apenas tentar entender uma coisa. O que afinal está acontecendo com nossos ídolos do futebol? Por qual motivo essa “nova geração” está tão empenhada em passar uma imagem ruim. Ao invés de brilhar como os bons atletas que são? Ou eles sempre foram assim e nós, fiéis que somos, apenas os colocamos em um altar no qual não mereciam estar?
Jogadores não são santos, não é? São apenas ídolos de barro que se quebram na sua primeira queda. Queda esta, que deixa cacos espalhados por toda parte. Cacos que ferem todos que estão ao seu redor. E até mesmo, quem apenas os observava a distância.
Só pra finalizar. Eu gosto de futebol. Gosto muito. E torço pelo meu time em todos os jogos. Só que nesse momento, não tenho nenhum ídolo. Mas, uma coisa é certa: eu, definitivamente, continuo tendo fé no Flamengo. Sempre!
*Não consegui encontrar o jogo em que Caio ficou no gol. Mas, nesse vídeo que linkei, o comentarista faz uma menção a essa partida que eu cito.
*Para muitos flamenguistas, Athirson não foi ídolo. Afinal, ele saiu do time com o nome de mercenário. De qualquer maneira, na época, ele foi meu ídolo. E também, eu o achava super gatinho. (risos)
*Meus agradecimentos para os craques: Rodrigo Furquim, @felipem_ab, @_luisao, @mar_condes e @igor_oliveira. Eles me deram ótimas dicas para meu texto. =*

É isso, pessoal! 
Grande beijo e até o próximo post!