Você pode estar se boicotando e nem sabe.
Pense na seguinte situação: você está escalando uma montanha bem alta e está bem feliz porque em pouco tempo atingirá o cume. Só que então, faltando poucos metros para atingir seu objetivo, você simplesmente desiste. E, sem ao menos saber o motivo da desistência, começa a ser corroído por um enorme sentimento de fracasso. Horrível isso, não é?
Já parou para pensar o por quê de todas as vezes que as coisas podem dar certo, ou estão dando, você põe tudo a perder? Por que, mesmo quando reúne forças para lutar por seus objetivos, percebe que existe o desejo de vencer e superar obstáculos, você desiste antes de chegar na etapa final? Talvez você esteja sob os efeitos da sabotagem interior, também conhecida como autossabotagem. Um problema que se não detectado há tempo, pode destruir seus sonhos, sua carreira e sua vida.
Tanto na vida amorosa, quanto na profissional, existem exemplos em que as pessoas entram em um círculo vicioso de autossabotagem. Criando, para si, barreiras imaginárias que se interpõe entre elas e a felicidade.
Na vida sentimental, por exemplo, diz estar cansado de se envolver em relacionamentos que não chegam a lugar algum e quase sempre machucam e destroem sua autoestima. Que em seu caminho só aparecem as pessoas erradas e que quanto mais reza, mais assombrações aparecem. Porém, logo em seguida está novamente nos braços de alguém do mesmo tipo, cantando alegremente: “Você não vale nada, mas eu gosto de você".
Na profissão, está sempre culpando o mercado ou os chefes pelo insucesso. Choraminga que as oportunidades não chegam, que nunca é valorizado, que não reconhecem seu potencial e que no próximo emprego, vai se acertar. Só que esse emprego certo nunca aparece. E você segue infeliz, achando que escolheu a carreira errada ou pensando que não merece uma oportunidade de sucesso.
A autossabotagem tem raízes muito profundas. Os psicólogos normalmente a tratam como fruto de experiências da infância. Quando, muitas vezes, os pais superprotegem os filhos dizendo “Você é pequeno demais para fazer isso. Não vai dar conta” ou trazem a ideia de fracasso de sua própria vida, afirmando que o sucesso nunca chega ou quando, na pior das hipóteses, afirmam categoricamente coisas como “Ambição é pecado”. Tudo isso influencia diretamente a imagem que uma criança tem da vida. Porque, de certa forma, ela está ali, desesperadamente tentando agradar aqueles que ela tem como referência. A partir disso, o indivíduo cresce carregando dentro de si sentimentos de insegurança, medo, incompetência e outros muito piores.
Bom, descobrir que o fato da sua vida estar uma merda pode ser culpa das experiências de infância e dizer “caramba, não posso voltar no tempo e mudar isso”, não ajudará em nada. Você também não pode simplesmente ir até a casa dos seus pais e apontar na cara deles que a culpa da sua infelicidade está na criação que te deram. Eles fizeram o melhor que puderam, acredite. Aliás, nada disso fará diferença, porque o problema está dentro de você. E é dentro de você, também, que está a solução para dissolver esse sentimento tão prejudicial.
Se você indentifica-se com alguma dessas situações, a primeira coisa a fazer é aceitar que o problema é interno, não externo. Porque enquanto você buscar motivos para culpar as pessoas e as coisas por tudo que dá errado na sua vida, o ciclo vicioso não irá se romper. Tendo consciência de que só você é responsável pela sua felicidade, certamente trará mais forças para encontrar os caminhos que podem te levar até ela.
Sendo assim, se o primeiro passo já foi dado, entenda também que as coisas não se ajeitarão em um passe de mágica. Compreenda que há anos você vem tomando as mesmas atitudes e, talvez, não seja tão simples mudar o foco dos seus pensamentos. Por isso mesmo, é necessário ter paciência e persitência. Comece por ações pequenas, fazendo aquilo que você sabe perfeitamente que tem capacidade para fazer. Isso irá valorizar seus pontos fortes e, consequentemente, sua autoestima irá se reerguer. Em seguida, pense em tudo que você não quer mais ter na sua vida. É comum as pessoas nos pedirem para descrever aquilo que mais desejamos e acabamos abrangendo o senso comum: amor, dinheiro, saúde, etc. Aqui, é importante definir o que te faz mal, o que te impede de seguir adiante. Por isso, faça uma lista de coisas que devem mudar. Exemplo: “Não quero desistir facilmente. Não quero ao meu lado pessoas que me colocam para baixo. Não quero duvidar da minha capacidade...” e assim sucessivamente. Expurgando o que é ruim, as portas se abrirão mais facilmente para o que é bom.
Policiar seus pensamentos também é uma atitude que atrai coisas positivas. Pode parecer balela, se você entender isso como é exposto no livo “O Segredo”. Só pensar em coisas boas não vai transformar sua vida. É preciso evitar pensamentos ruins, que te trazem medo e insegurança e, em seguida partir para ações práticas. Se não se sente feliz no emprego que está atualmente, pare e reflita o que você não gosta ali. São as atividades? São as pessoas? Ou você simplesmente não gosta do que faz? Independentemente dos motivos, tente descobrir o que é e elimine-os. Se for o caso, mude de emprego. Mas antes disso, esclareça exatamente onde você quer estar e busque as medidas para levá-lo até lá. Já é um começo, concordam?
Não quero mais me alongar no assunto, acho até que o texto já está longo demais para os padrões do blog. Por isso, quero finalizar essa questão dizendo a vocês que há pouco tempo descobri que tenho feito exatamente isso comigo. Ando autossabotando minha própria vida e estou na luta para me desvencilhar desse ciclo vicioso. E se você se encontra nessa mesma situação, peço que busque, dentro de você mesmo, a resposta que tanto procura para responder às suas aflições. Eu identifiquei onde estava o erro e sei que qualquer um pode fazer o mesmo.
Desejo a todos um bom caminho de autodescoberta. Que apesar das mazelas causadas por esse sentimento, possamos todos encontrar de verdade o que queremos e não queremos para nossas vidas. E se não conseguirem sozinhos, por favor, não exitem em procurar ajuda profissional. Não é nenhuma vergonha admitir que precisamos da ajuda de alguém. Afinal, o que importa realmente é sermos felizes com tudo que conseguimos construir.
Se quiserem ler mais sobre o assunto, recomendo uma matéria da revista Sexto Sentido, nº113 da Mythos Editora. A matéria é assinada por Alex Prim e vale a leitura. Seguem também alguns links que encontrei na Internet sobre o assunto:
Revisão: Felipe Rui.
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Oi amigos! O tema do texto dessa semana não é muito tranquilo, né? Mas é um assunto que pode servir de referência para algumas pessoas, por isso resolvi compartilhar. Quero saber o que acharam, ok?
O texto da semana que vem terá como tema "Mulheres alteradas". Sabe aquela coisa de mulheres que amam demais e saem dos limites? Pois é... Aguardem!
Beijos da Petit