Professor. A pessoa mais importante na sua vida depois de seus pais. Para alguns, até mais que isso. A verdade é que essa figura clássica tem ou teve um papel essencial na estrutura educacional e familiar de muita gente.
Mas, em tempos que o aluno se transformou no foco das atenções para a Educação, o professor tem perdido sua aura de mestre. Aquela magia que existia quando estávamos aprendendo se extinguiu. E o conceito de ensinar muito além de meras disciplinas tem sido podado.
O que conseguimos ver atualmente, no geral, são professores cansados, desestimulados e frustrados. Porque, afinal de contas, o próprio Sistema Educacional contribui para que isso aconteça. Paga mal e oferece pouco ou nenhum suporte para esses profissionais. E vale lembrar que as escolas particulares também não estão muito longe dessa realidade.
Bom, mas pensar em professor, também nos faz pensar em alunos. Alunos que fomos. Alunos que somos. Os alunos de ontem e hoje. E consequentemente, os alunos de amanhã.
Nos meus tempos de escola, especialmente da antiga alfa até a quarta série, os alunos tratavam os professores de outra maneira. Era quase uma adoração por aquela pessoa que estava ali na frente ensinando não apenas a ler e escrever, mas a viver. Óbvio, que quando criança essa noção de “ensino para a vida” não é clara. Mas, me lembro bem da reverência e respeito que existia, inclusive fora das estruturas escolares.
Por favor. Obrigada. Com licença. Posso ir ao banheiro? Posso tomar água? Sim, senhor (a). Eram algumas das palavras que dirigíamos solenemente àqueles que até costumávamos chamar “tio” / “tia”. E até no Ensino Médio, onde os adolescentes dominavam, esse respeito era mais evidente. Lógico que tinham aqueles alunos mais rebeldes que davam uma ou outra resposta malcriada. Mas, no geral, todos eram mais respeitosos.
E o que vemos hoje? Caramba. Sinto que faltam palavras para descrever o descaso de muitos alunos com os professores. Eles estão cada dia mais especializados em humilhar, denegrir e infernizar e até agredir a vida de quem, com toda boa vontade, se dedica a ensinar o que sabe.
É inacreditável a capacidade que alguns têm para fazer de uma aula uma tortura física e mental. As conversinhas paralelas que sempre foram comuns, agora se tornaram intermináveis bate-papos. A nota final é o foco (e com essa média ínfima que algumas escolas determinam estudar pra que, não é?), o que os faz prestar menos atenção na aula. Cadernos e livros nem são mais acessórios tão usados. O negócio é levar o celular para ver vídeos ou ipod’s para ouvir música. E a voz de autoridade do professor? Bom, isso aí virou motivo de chacota. É isso mesmo. Chacota. Imaginem só uma sala com 40 alunos que não param de falar e ainda tem a coragem de dizer “Ué professor, o senhor não põe moral, por quê?”. Dá para acreditar?
Enfim, a verdade meus caros, é que não se fazem mais alunos como antigamente. De qualquer maneira, acho que os professores também não. Mas, mesmo assim, eles merecem não apenas homenagens padronizadas. Lembrancinhas com frases feitas que estão longe de caracterizar o real valor que têm. Professores merecem acima de tudo respeito, consideração e carinho. Afinal, são eles que nos dão grande parte do preparo que precisamos para sermos os profissionais que somos. Quiça, as pessoas que nos tornamos.
Deixo aqui os meus singelos agradecimentos a todos que foram meus professores. Todos eles. Desde a tia Bárbara que me ensinou a escrever minhas primeiras palavras. Até os caras, com todo respeito, fodas, que já na faculdade me iniciaram no mundo publicitário. E, claro, não posso deixar de agradecer aquela que, além de mãe, um dia já foi de fato minha professora. Obrigada. E que o respeito volte a fazer parte da grade curricular.
Filminhos básicos para assistir no Teacher’s Day:
13 comentários:
Agradeço aos professores que me ensinaram, não so as disciplinas/ matérias, mais também a educação com os colegas, o incentivo para criatividade e para a sabedoria.
Hoje, sinto falta dos momentos que passei na escola, e as vezes penso que deveria dar mais valor na época em que estava em sala de aula, e não prestava atenção no mestre que estava a minha frente...
Reconheço hje o valor deste profissionais que hoje em dia não são mais valorizados como deveriam, essa desvalorização vem de antigamente..., porém hoje isto está mais claro, professores apanhando de alunos, os até mesmo os professores não se dão mais o respeito......
Porém devemos a eles o respeito merecido......
Só discordo que o professor é a pessoa mais importante, abaixo dos pais. Colocaria meus amigos em segundo plano, O professor em terceiro rs
No mais, concordo plenamente. Assino em baixo.
Bjos gata garota
Parabéns pelo texto.
De fato, o (des)reconhecimento ao Professor vem de longa data. No entanto nos últimos anos isto tem se intensificado. Hoje, fazer um curso de Licenciatura com objetivo de ser Professor é considerado, até mesmo pelos que já são professores, um "ato de loucura".
Tenho dito que em 10 (dez) anos o Brasil viverá uma crise sem precedentes na educação. Esta crise terá com principal motivo a falta de profissionais. É muito mais vantajoso passar 2 (dois) anos se preparando para um concurso público da área jurídica, só como exemplo, e depois ganhar algo em torno de R$ 3.500,00 por mês, do que "se matar" diariamente e auferir ao final do mês algo em torno de R$ 1.500,00.
E posso afirmar que o sentimento de descontentamento e de frustação tem se alastrado de tal maneira a sociedade, na grande maioria, não imagina. Eu, por exemplo, mesmo sendo Licenciado em Matemática e professor concursado na esfera estadual e municipal, já estipulei que no máximo em 2 (anos) sairei da educação. Não porque não gosto de ministrar aulas, mas principalmente, porque a profissão de professor é tratada com desleixo, como algo que não é fundamental para o desenvolvimento de uma nação.
Beijos.
Ulisses Silva
Oiii...
Tb senti saudades daqui!!.. e de vc...
Gabi, adorei o que escreveu.. eu tb fui de uma época de total respeito.. onde os professores só de olharem torto.. todo mundo tinha de ficar quietinhos...
Bons tempos.. mas hoje, o que estamos ensinando aos nossos filhos é apenas o comércio, o capitalismo invadindo tudo e todos... o fato de "Eu pago, vc faz" virou frase obrigatória nestes alunos.. e portanto, a falta de respeito...
Uma dica que faltou do filme: Escritores da Liberdade.. se não assistiu, assista.. vc vai chorar de tão lindo que é...
;)
Bjos
Ana,
Que bom vc por aqui!
Rafa,
Os amigos são de fato importantes. Aliás, todas as nossas convivências contribuem de certa forma nesse aprendizado.
Obrigada pela visita.
Ulisses,
Quantas informações relevantes. E essa sensação de ser deixado de lado é constante entre muitos professores conhecidos por mim. É triste que seja assim, não é? Muito boa sua contribução. Obrigada!
Sil,
Coisa boa você por aqui de novo. Obrigada pela dica do filme, vou procurar para assistir.
Beijos a todos!
Parabéns pelo texto, Gabi! Fiquei emocionado. A seleção de filmes está ótima. Já tinha visto quase todos e endosso suas dicas. Entretanto, triste ter que concordar com o comentário afinado e certeiro do Ulisses Silva. Sou professor há anos e estou saindo aos pouquinhos da profissão justamente para prestar concurso na área jurídica/diplomática. Sei que sempre irei lecionar, nem que seja por hobby, mas continuar (sobre)vivendo através desta honrosa, mas por demais desrespeitada e espinhosa carreira, não mais... Não dentro do "sistema", não se eu tiver opção. Dói-me bastante, mas só vivendo "fora da Matrix" para conseguir mudar alguma coisa.Se tudo correr bem, volto a atuar na carreira de docente, pois quem é professor de verdade, nunca deixa de sê-lo, assim como não se deixa de ser pianista, jogador ou padeiro. Se todo o dinheiro que o governo tem gasto com propagandas para atrair novos professores fosse usado para aumentar salários, oferecer cursos e melhorar a estrutura educacional, a conversa seria outra. Veja só quão ridículo tem sido o MEC: convidar cidadãos a se tornarem professores. A coisa está preta mesmo! Já viu algum comercial convidando para ser advogado? Engenheiro? Publicitário? Médico? Nunca, não é verdade? Entretanto, para o Exército, Marinha e Aeronáutica e, agora, para se tornar professor, há! Tem aos montes todo ano! Por que será, hein? Carreiras tão gloriosas, com um alto retorno financeiro e pessoal! Sem nenhum risco da pessoa tornar-se doente física e psiquicamente, nossa, é uma maravilha! (Ai, a irônia me mata!)
Grande abraço e fique com Deus!
oi Gabi, posso te chamar assim? rsrs. Fiquei muito feliz com o seu comentário no meu blog, espero que realmente tenhas gostado. Sobre o que você escreveu nada a dizer, sou professor, dou aula numa espelunca e ganho pouco. mas amo o que faço, despertar algo nas pessoas faz a gente continuar, sou frustrado por não ganhar mais, é verdade, mas me realizo quando vejo alguns olhos bilharem diante de uma ideia ou um sonho. Bem, já falei muito, um abraço e espero que sejamos amigos e companheiros de blog. Até.
www.robertomutuca.wordpress.com
oi Gabi, posso te chamar assim? rsrs. Fiquei muito feliz com o seu comentário no meu blog, espero que realmente tenhas gostado. Sobre o que você escreveu nada a dizer, sou professor, dou aula numa espelunca e ganho pouco. mas amo o que faço, despertar algo nas pessoas faz a gente continuar, sou frustrado por não ganhar mais, é verdade, mas me realizo quando vejo alguns olhos bilharem diante de uma ideia ou um sonho. Bem, já falei muito, um abraço e espero que sejamos amigos e companheiros de blog. Até.
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Engraçado como, quando somos crianças, achamos que é um sofrimento ir ao colégio. Lembro da ansiedade dos primeiros anos, da expectativa das férias, dos cadernos novos... tudo.
Hoje, esse "tempo terrível" traz tanta saudade. Tantas lembranças dos momentos com o mestres...
Parabéns, menina.
Merece um A.
Beijos.
Excelente seu texto. Acho muito legal quando encontro pessoas que também sonham em ser professor, ou já excercem a profissão pelo prazer de ensinar (Mutuca). A crise da educação em nossa país é muito complexa, e é desagradável ver a situação dos nossoas professores. Mais uma vez: Parabéns Gabriela. bjs
Como professor que sou, não posso deixar de dizer que me sinto emocionado com essa sua singela homenagem. De fato, encontram-se poucas pessoas para valorizar esse profissional que encontra-se na base da pirâmide do conhecimento. Você fala dos professores de antigamente com muito gosto, mas vale também ressaltar que não eram todos que se contentavam revestir com a aura de mestre, mas também com a de tiranos - esses eu encontrei aos montes na minha época de estudante - e de certa forma eles devem ter colaborado muito com minha formação, pois soube, por meio deles, tudo o que não faria com os meus alunos. Realmente o clima da sala de aula tem se tornado com o vagar dos tempos muito tenso, a figura do professor que já não era valorizada fora da escola, passou a não ser respeitada tmabém dentro dela. Ossos do ofício, a solução é quem sabe tentar entender a situação como um todo, pois o aluno rebelde é só a ponta de um problema cuja origem remete a problemas bem maiores, como o abandono sistemático que o Estado tem proporcionado. Fé, minha queira, ao professor resta a fé.
Obrigado pela homenagem.
P.S - Com relação ao outro blog, tive que me desfazer dele. Obrigado por sentir falta dele.
Tiago,
Fiquei muito feliz por sua emoção. É bom escrever para ter retornos como esse.
Mutuka,
Com certeza seremos! Volte sempre!
Alt,
O teu "A" é muito importante pra mim. Obrigada!
Thomaz,
Foi só uma singela homenagem, mas de coração! Que bom que gostou.
Obrigada pela visita de vocês!
Beijos
Eu estudo em uma escola particular, né, só que é uma escola realmente bem pequena (em uma cidade grande, fazer o que?).
Na minha escola a relação entre aluno e professor é quase te amizade. Tem professores mais antigos lá que, na real, são mesmo nossos amigos dentro e fora da escola. É claro que tem gente que faz pouco caso dos professores mas os alunos que já estão lá a mais tempo aprenderam a respeitá-los da mesma maneira que se respeita alguém que a gente gosta muito. Basicamente, nós adoramos nossos professores ^^
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