Tem uns blogs que acompanho sempre. Gosto de ficar lendo o que as outras pessoas escrevem, o que andam pensando, enfim. Um dos que acompanho, é o do Pedro Neschling. Gosto dos textos dele e adoro uma série que ele bolou chamada Musicando, onde ele escolhe uma música e escreve um conto em cima da letra.
Uma vez, propus ao meu querido Rodrigo (que as vezes é colaborador do blog) fazermos uma brincadeira com as músicas do Los Hermanos (que ambos somos fãs), onde escolheríamos uma música e um escreveria o começo/meio e o outro o fim do conto e vice e versa. Ele não curtiu minha ideia e disse que música cada um interpreta de um jeito. rs Bom, no final das contas, resolvi continuar escrevendo apenas os contos, mas, essa semana me ocorreu algo meio estranho e ouvindo a música Seu Troféu do GRAM, me deu vontade de fazer algo baseado na letra.
Talvez, ninguém entenda o conto e muito menos faça alguma ligação com a letra da música com o mesmo, mas tá aí... Espero que gostem!
Mariana que amava Pedro que amava Júlia
Poderosa. Era assim que ela sentia-se ao pensar no seu plano minuciosamente e diabolicamente planejado.
Ela não fazia idéia do que havia deixado para trás e pouco se importava em saber. Deliciava-se dia após dia, sorrindo internamente por aqueles que enganara, tripudiara e magoara.
Havia pensado em cada passo, em cada palavra, em cada pedaço da construção para aquele personagem que encarnara. Porque ali, naquele mundo, ela tinha sua identidade preservada e podia ser quem quisesse ser. E escolheu ser ruim.
“Essa menina é muito inteligente. Olha só, sabe até falar francês”. E elogio não faltava para aquela pequena alma necessitada de atenção, pois Mariana tinha tudo. O único problema é que ela não era “ela” e não tinha a “ele”. E escolheu ser ruim.
Pedro e Mariana namoravam, mas Pedro ainda amava Júlia. E Júlia alheia a existência de Mariana, mas Mariana sabia da existência de Júlia. Mariana amava Pedro, mas odiava Júlia. Uma “Quadrilha” meio as avessas.
Um dia, Júlia cometeu um erro. Procurou Pedro. Mariana aproveitou a deixa. E escolheu ser ruim. E ela pensou e maquinou. Colocou em prática e desenvolveu. Envolveu. Envolveu e revolveu. Esmiuçou a vida de Júlia e soube de seus desejos, suas histórias, sonhos, planos. Absorveu.
Pedro preocupou-se. Assustou-se com tamanha obsessão. Alertou Mariana que aquele não era o melhor caminho para chegar até seu coração. Ela não se importou. E cada dia mais determinada, mínguou sua própria personalidade para tornar-se Júlia. Mas, não poderiam existir duas dela. E Júlia não poderia mais ser Júlia, pois agora, Mariana era Júlia e Pedro poderia amá-la enfim.
É difícil explicar onde começou exatamente a obsessão de Mariana por Júlia, ou seria por Pedro? Uma incógnita... O fato é que ela deixou de ser ela, para ser ele que conquistou a confiança da outra para descobrir se a outra ainda era interessada no um. Uma história sem pé nem cabeça, mas com começo, meio e fim.
Ela não fazia idéia do que havia deixado para trás e pouco se importava em saber. Deliciava-se dia após dia, sorrindo internamente por aqueles que enganara, tripudiara e magoara.
Havia pensado em cada passo, em cada palavra, em cada pedaço da construção para aquele personagem que encarnara. Porque ali, naquele mundo, ela tinha sua identidade preservada e podia ser quem quisesse ser. E escolheu ser ruim.
“Essa menina é muito inteligente. Olha só, sabe até falar francês”. E elogio não faltava para aquela pequena alma necessitada de atenção, pois Mariana tinha tudo. O único problema é que ela não era “ela” e não tinha a “ele”. E escolheu ser ruim.
Pedro e Mariana namoravam, mas Pedro ainda amava Júlia. E Júlia alheia a existência de Mariana, mas Mariana sabia da existência de Júlia. Mariana amava Pedro, mas odiava Júlia. Uma “Quadrilha” meio as avessas.
Um dia, Júlia cometeu um erro. Procurou Pedro. Mariana aproveitou a deixa. E escolheu ser ruim. E ela pensou e maquinou. Colocou em prática e desenvolveu. Envolveu. Envolveu e revolveu. Esmiuçou a vida de Júlia e soube de seus desejos, suas histórias, sonhos, planos. Absorveu.
Pedro preocupou-se. Assustou-se com tamanha obsessão. Alertou Mariana que aquele não era o melhor caminho para chegar até seu coração. Ela não se importou. E cada dia mais determinada, mínguou sua própria personalidade para tornar-se Júlia. Mas, não poderiam existir duas dela. E Júlia não poderia mais ser Júlia, pois agora, Mariana era Júlia e Pedro poderia amá-la enfim.
É difícil explicar onde começou exatamente a obsessão de Mariana por Júlia, ou seria por Pedro? Uma incógnita... O fato é que ela deixou de ser ela, para ser ele que conquistou a confiança da outra para descobrir se a outra ainda era interessada no um. Uma história sem pé nem cabeça, mas com começo, meio e fim.
De qualquer maneira, fica a dúvida: será que para Mariana o fim justificará seus meios? Porque agora, Júlia não vive. E Pedro, definitivamente, nunca amará Mariana como um dia amou Júlia.
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Atualizando:
Aqui, a versão do Rodrigo, que definitivamente, não é um chato que não curte interpretar canções. rs Enjoy!
Marina*
De todas as feridas, as que doem mais são as de amor, e disso, Marina entendia bem, de tempos em tempos tinha uma nova dose de dor proveniente de um velho novo “amor”. De Marina, alias, além de morena, tem também os olhos da cor do mar, os quais inspiraram seu falecido e amado pai a presentear uma pequena sereia com o nome do mar. Ah, doce mar, se a vida fosse tão doce como aquela outra canção, Marina hoje ainda teria um coração.
O nome do autor da sua desconstrução, se chama João, que com seu encanto, se propôs a encantar. De mansinho, do grande passo, ao passinho, João foi conquistando seu cantinho, determinando o rumo do seu caminho.
Quando tudo ruiu, escravizada Marina estava, João, seu captor, tinha construído a sua cela e tinha sua chave. E fez da vida de Marina uma masmorra, sepultada dentro de si mesma, enterrada nos escombros de suas emoções, oprimida pelos sentimentos declarados abertamente como puros e bons. João tinha consciência, que a fonte do poder que possuía, vinha de Marina, ele era vil, sabia que para atingir o que queria tinha que destruir o que de bom tinha a mocinha.
Mas João transgrediu as regras da vida, oprimiu Marina de um jeito que não podia, estilhaçou seu peito em um pequeno momento, um descuido do capataz que demonstrou, a maldade de seu intento.
João não tinha só Marina, tinha Selmas, Marias e Reginas, e no final das contas ela era somente uma das Marinas expostas na vitrine de suas conquistas.
Morra, Marina! João brandiu com ira, ao ouvir falar que a moça descobriu suas mentiras. Ela se tornou fria, a imagem de um outono já castigado pelos ventos carregados de vozes que a alertaram outros dias. Maltratada Marina, ferida, sem palavras para exprimir toda a dor e agonia, sempre a mesma cena repetidas vezes. Vem e vinha.
A fúria verteu o juízo, corrompeu o que era lindo, de arma em punho vingança jurou Marina, “O mal deve ser ceifado” regozijava ensandecida a menina.
Não era normal, ir aonde for preciso para aplicar o seu castigo, sua única alegria era dar fim à dor que a consumia.
Numa encruzilhada dessa vida, no final da tarde, quase noitinha, João, antes algoz, agora vitima, seu caminho seguia. Morte passou pela cabeça de Marina, hoje cumprirei a minha sina, hoje serei a emissária do destino, hoje encerro meu tormento, pobre Marina.
João já sabia, o que estava acontecendo, baixou os olhos e obedecia, pois em todo tempo, tinha certeza que iria provar do seu próprio veneno. Parou som, parou vento, desacelerou o momento, é o fim se aproxima.
Uma criança no momento corre atrás da bola, uma outra criança volta na memória, correndo nas areias de Mongaguá, pele judiada do sol e os olhos da cor do mar.
De guarda já em baixa, em frente a só mais um triste retrato da insensibilidade, um fragmento infeliz de uma sociedade que não liga pro caráter, ela decidiu naquele instante não ruir, decidiu dar mais uma chance de sorrir. Marina decidiu ser feliz.
*Rodrigo Furquim
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O vídeo com a música:
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Gente, bora comentar! Queremos saber o que vocês acharam da brincadeira e sobre os contos que escrevemos.
Um beijão!