6.6.11

Um culto ao silêncio.

 
“Só entende o valor do silêncio, quem tem necessidade de calar para não ferir alguém.” 


Existe um ditado que diz “A palavra é prata, mas o silêncio é ouro”. E não há maior verdade do que essa. Se pararmos para observar, os problemas de relacionamento são causados muito mais por palavras mal ditas do que por silêncios indecifráveis. Tem gente que se incomoda com o silêncio e a necessidade de falar é tão grande que as pessoas estão o tempo inteiro  carentes de companhia.

Quando não se ouve uma resposta para um insulto, um elogio, uma pergunta, enfim, para qualquer som emitido que exija um retorno, parece que abre-se um vazio que não é possível ser preenchido até que se ouça algo. A sensação de impotência e descontentamento é muito maior diante do que não se pode ouvir do que por palavras proferidas, mesmo que estas machuquem ainda mais.

Não é muito difícil encontrar pessoas silenciosas sendo taxadas de antissociais, sonsas, chatas, entre outras qualidades nada apreciadas. Pessoas que, na maioria das vezes, apenas querem se abster de dar uma opinião errada ou que só estão afim de pensar melhor sobre tudo que está acontecendo ao seu redor.

Conseguir manter-se em silêncio parece um grande desafio para quem fica o dia inteiro em um blá blá blá incessante. A falta de som não é prejudicial, nunca foi e nem nunca será. Ter o autocontrole de se calar quando necessário e até mesmo não ter necessidade nenhuma de falar é algo que deveria ser praticado todos os dias, e por todas as pessoas. Devemos aprender a silenciar nossas bocas para ouvir o que diz nosso coração. Pode até parecer um clichê barato, mas não é. Fazer companhia a si  mesmo, sem emitir uma palavra sequer, faz com que sua mente expanda para horizontes mais distantes do que sua voz é capaz de alcançar.

No Budismo é pregado que para alcançar o Nirvana é importante abstrair-se de todos os sons a sua volta e ficar envolto em um completo silêncio, através da meditação. O que é muito mais do que fazer com que sua boca pare de falar, pois sua mente também precisa se calar. Momentos solitários trazem benefícios ao espírito e ajudam a trazer de dentro de si o que não se encontra do lado de fora.

Cultuar o silêncio se tornou algo raro e talvez menos palavras precisem ser ditas para que possamos, enfim, nos encontrarmos com nós mesmos. Porque aí será possível descobrir as respostas para problemas que tanto nos afligem. As mesmas respostas que insistimos em buscar na palavra alheia. Quando o que encontramos nesse emaranhado de opiniões diferentes e contraditórias é apenas mais confusão. No final das contas, acho que a paz, que muitos de nós procuramos, está exatamente no silêncio que não somos capazes de fazer.

E como disse Fernando Pessoa:

“Enquanto não atravessarmos a dor da nossa própria solidão, continuaremos a nos buscar em outras metades. Para viver a dois, antes, é necessário ser um.”

Revisão: Felipe Rui

P.S. O Blogspot não me deixou colocar imagens, mas assim que voltar a funcionar, posto uma foto que achei muito fofa. ;)

Petit Gabi

8.5.11

E o instinto materno?


Os tempos são outros, mas culturalmente, ainda estamos impregnados pelo conceito de que toda mulher nasceu para constituir família. O que é uma inverdade. Muitos falam de instinto materno, mas não está no “gene” feminino a propensão para casar e ter filhos.

Casar e ser mãe são escolhas. Assim, como o contrário também é válido. Só que estamos tão condicionados  a pensar que o natural é que essa vontade exista, que geralmente fazemos aquela cara de “NÃO ACREDITO” quando ouvimos das modernas mulheres do século XXI que não, elas não querem isso para suas vidas.

Instinto materno não existe. A verdade é que a sociedade, que foi tradicionalmente patriarcal em grande parte da história, definiu que lugar de mulher era em casa cuidando do marido e dos filhos. Só que, gente, ser mãe é um compromisso muito sério. Por isso a tese do instinto é falha. Ou vocês acham que a mulher de Praia Grande que jogou a filha na caçamba de lixo tinha algum?

Ser mãe é ter responsabilidade pela vida de outro por tempo indeterminado. É desenvolver um sexto sentido que avisa que o filho precisa de você antes mesmo dele chorar. É desistir momentâneamente, ou talvez pela vida toda, de seus planos e alguns sonhos. É até prometer que ficará um ano sem comer chocolate só para ver seu filho se curar de uma pequena gripe. Ser mãe não é para qualquer uma, não!
Para excercer o papel de mãe é necessário ter um coração maior, como naquele ditado que diz “Em coração de mãe sempre cabe mais um”. É saber ouvir, cuidar, repartir, embalar, compreender, instruir, amar...

Sei bem que existem mulheres, a maioria na verdade, que cai de paraquedas na maternidade. No mundo ideal, toda mulher deveria escolher o momento de ser mãe. Assim como também deveria ser possível impedir que algumas mulheres, incapazes de cuidar de si mesmas, colocassem uma criança no mundo. 

Não tenho nenhuma propriedade para isso, afinal, ainda não tenho filhos. Mas, nesse Dia das Mães quero dizer às mulheres que abandonam ou maltratam seus filhos que pensem melhor antes de trazer para sua vida uma criança que não terá capacidade de amar. Uma criança que um dia pode também vir a se tornar um pai ou uma mãe que também não tenha essa capacidade e o círculo vicioso nunca irá se quebrar.

Para aquelas que não sentem o desejo de ter um filho, não se culpem. Esse é um direito seu que deve ser preservado e respeitado. Continue seguindo seu coração.

 Por fim, a todas as mulheres que são mães, inclusive a minha, todo meu respeito. E meu amor, é claro. Tenho uma grande admiração por todas vocês que abriram espaço nas suas vidas para receber um serzinho que desde o dia que chegou, nunca mais deixou de te dar preocupação.  Feliz Dia das Mães.


3.4.11

“Naquela base do só vou se você for”

 Começo de relacionamento é a fase em que os dois estão conhecendo um ao outro, dividindo opiniões, gostos, amizades e, por que não dizer, se tornando constantemente uma coisa só. É a naturalidade das coisas. Cada momento ao lado de quem se está apaixonado é vital e pensar em ficar longe chega a doer.
Com o amadurecimento da relação, nada mais natural que cada um recoloque a vida nos eixos e comece a se interessar novamente por si, ao invés de só pensar no outro. Pois, por mais que a paixão seja arrebatadora, qualquer pessoa sabe que grude demais é prejudicial. Quer dizer, pelo menos todos deveriam saber. Mas na prática, a teoria é outra.
Para que a vida a dois seja saudável, manter a individualidade é um fator preponderante. Afinal, além da relação existe um caminho a ser traçado sozinho, e ninguém pode fazer isso por você. E quando uma pessoa começa a viver demais em função de outra, a vida pessoal passa a ser deixada de lado. Aí que, por exemplo, a gente vê aquela garota que era cheia de amigos, resumir a vida ao namorado, aos amigos dele e a família dele. Ou seja, ela não é mais ela, é uma sombra de quem foi um dia.
É muito mais comum encontrar casais que dizem um para o outro “só vou se você for” do que aqueles que dizem “hoje eu saio com meus amigos e você com os seus”. Simplesmente pelo fato de que ninguém entra em uma relação pensando no “e se acabar”. Aliás, a ideia não é pensar no fim. A ideia não é nem pensar na relação na hora de ponderar se você deve ter seus momentos de individualismo. É apenas ter consciência de que a sua vida existia antes desse relacionamento.
Muita gente é feliz assim? Claro que é. Cada um escolhe e faz o que traz mais felicidade. Ninguém aqui é dono da verdade para afirmar que quem escolhe deixar as pessoas com quem convivia de lado para seguir outra é errado. Porém, se qualquer um parar para pensar racionalmente, vai sacar que se essa relação acabar a garota do exemplo vai ficar sozinha. Primeiro porque ela não vai se sentir tão à vontade de continuar muito tempo ao lado daquelas pessoas que tanto lembram o ex; segundo, ela vai ter que rebolar para recuperar as amizades deixadas de lado quando seu mundo era ele e, terceiro, ela vai precisar ser ela de novo. Imaginem ter que fazer tudo isso com um possível coração despedaçado. Nada fácil, né?

Quando a gente ama mesmo alguém é importante saber a hora de desgrudar. Talvez a pessoa queira isso também, mas por medo de te magoar, acabe nem tocando no assunto. Seja você o primeiro a dizer. Faça um favor para sua vida. Faça esse favor para a vida da pessoa que te acompanha. Comece a fazer planos para si, uma viagem de férias sozinho, por exemplo. Volte a encontrar seus amigos nem que seja uma vez por semana. Passe mais tempo com sua família ao invés de sempre acompanhar apenas os programas familiares da pessoa amada. Enfim, conjugue um pouco mais os verbos na primeira pessoa. Acredite, faz bem.
Para fechar o texto, deixo para vocês uma música que amo e ilustra bem a prosposta do post. Fim de Caso - Dolores Dura:
Revisão Felipe Rui.
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Olá queridos! Tô meio atrasada com as postagens porque estou em uma nova fase de trabalho e isso consome todo o meu tempo. Mas óbvio que não vou abandonar vocês, né? Na medida do possível, vou manter a frequência semanal das postagens.
Por falar em postagens, não sei se sabem, mas estou colaborando em outros espaços. Vocês já podem me acompanhar no Blog do Roma e em breve na Obvious e no Ativar os Sentidos. Acompanhem meu Twitter, pois por lá eu linko todas as postagens. 
Espero que tenham gostado do texto da semana e das últimas novidades.
P.S. Obrigada a quem aderiu a campanha do Selo Stylish Blogger Award de que falei no último post. Tomara que tenha sido tão divertido para vocês como foi pra mim.
Beijos!



19.3.11

Selo Stylish Blogger Award

Olá pessoal!

Essa semana não teremos nenhum texto novo, mas em contrapartida, o blog foi indicado para receber este selo chique que vocês podem ver logo acima. Já havia recebido um outro selo há um tempo, mas só dessa vez resolvi participar da "brincadeira". Por isso, este post será dedicado a indicar alguns blogs que eu acho bacana e que também merecem recebê-lo.
Antes disso, quero agradecer à Pâmela do blog Lofty Thoughtsz por ter indicado o blog e também pelo comentário fofo: "Gosto de seus posts sobre coisas cotidianas e, assuntos que interessam muito, por isso, mesmo sem comentar muito, sempre passo por aqui.". É sempre bom saber que as pessoas estão gostando do que escrevo.
Agora vamos lá! Explicarei como funciona o Selo Stylish Blogger Award e darei minhas indicações. Existem as seguintes regras:
 
1.Ao receber o selo, deve-se repassar para 15 outros blogs;
2.Indicar sua postagem para esclarecimentos (como eu fiz agora);
3.Comunicar os 15 escolhidos com um comentário em seus blog;
     4.Incluir no seu post 7 coisas sobre você.

Os blogs indicados não tem nenhuma obrigação de aceitar o selo ou talvez até já tenha recebido. De qualquer maneira, é uma forma legal de levar o conteúdo de cada um deles, ao conhecimento de mais pessoas que possam se interessar pelos assuntos discutidos.Sendo assim, os meus indicados são:

congeminemos - Mayra
Gabriela Yamada - Gabriela Yamada
Juliana Dacoregio - Juliana Dacoregio
Ramble Sounds - Felipe M. AB e Bruno Knott 
Cultura Intratecal - Bruno Knott
Blog do Roma - Rodrigo Moncks, Felipe Gomes e colaboradores.
Virando Jornalista - Matheus Farizatto
Textos e Reflexões - Lucimara Souza
Sussurros em letras - Ingrid Monteiro

Recomendo a vocês que visitem  cada um deles e se divirtam, emocionem-se, pensem, chorem, riam e indiquem, claro.

Para finalizar, as sete coisas sobre mim:

1. Sou louca por gatos.
2. Já fiz teatro.
3. Escrevi meu primeiro conto aos 12 anos.
4. Gosto de chá com leite.
5. Tenho medo de ratos.
6. Torço para o Flamengo.
7. Recentemente me apaixonei por Nara Leão.
Então, é isso! Me diverti escrevendo esse post e espero que os indicados gostem e apoiem a ideia.

Hoje dei folga ao revisor.

P.S. Aceito sugestões para o post da semana que vem.

Beijos da Petit

13.3.11

Ah, que isso? Elas estão descontroladas!


Quem nunca se descontrolou na vida que atire a primeira pedra. Todo mundo já teve seu dia de loucura e devemos admitir isso sem culpa. Mas entre o descontrole casual e as atitudes insanas, calculadas ou não, existe uma boa distância.

Perder as estribeiras depois de uma discussão com o namorado e chorar ou insistir para a conversa continuar quando ele quer que termine, vá lá, é aceitável. Afinal, no calor das emoções tomamos atitudes que posteriormente nos envergonhamos. Mas, por exemplo, gritar descontroladamente na frente da casa dele para chamar atenção ou ir até o trabalho dele e fazer um barraco, é coisa de gente maluca.

Vocês devem se perguntar agora o motivo de eu citar exemplos com mulheres e não homens. Bom, primeiro que na maioria das situações, os homens tem mais sangue frio para lidar com assuntos problemáticos. Dificilmentes eles cairão em um choro compulsivo ou sairão gritando pela rua quando levam um pé na bunda. Tá que eles podem fazer algo pior como, por exemplo, matar a mulher que o rejeitou/traiu. Não sou eu que digo isso, está nos jornais todos os dias, mas fora esse extremo mórbido, homens são sim, mais controlados. Segundo que, por ter várias amigas, não é difícil presenciar cenas do tipo. Terceiro, porque vocês não tem ideia do que já passei por causa de mulheres assim. Elas são terríveis! 

Suponho também que queiram saber meus motivos para falar de situações de cunho amoroso e não gerais, como ser demitido, por exemplo. Bom, tem coisa que nos deixa mais maluquinhos que paixão? Pelo menos eu acho que essa é uma das maiores causas de barracos, discussões e afins. E digo isso porque, diferente do amor e toda sua calma sublime, a paixão traz consigo todo tipo de sentimentos contraditórios: ódio, ciúme, insegurança, medo e, claro, loucura. Por isso, acredito que essa seja a causa de boa parte das insanidades cometidas por pessoas mundo afora.
Agora, vamos fazer alguns cálculos:


Exagero? Não, amigos! Só quem já foi vítima de uma descontrolada sabe bem o que estou falando. Imaginem acordar às 7 da manhã por receber uma SMS muito, muito feia de uma mulher que não confia em si mesma e joga a culpa do fim da sua felicidade em você. Péssimo, né? E isso, sem nem fazer ideia do que ela está dizendo e a merda continuar por dias a fio, nos horários mais inusitados. Tenso. 

Exemplos pessoais à parte, o intuito desse post é tentar entender o motivo de tantas mulheres se prestarem a situações rídiculas por causa de um homem. Sinceramente, homem ou mulher, não acredito que ninguém valha tanto a pena que mereça tamanha exposição. E outra, se a situação ficasse restrita apenas à pessoa que deseja se expor, beleza. Mas o pior é quando  terceiros são envolvidos e aí vira uma bagunça na vida de todo mundo. 

Ele não te quer mais? Parte para outra! A ex dele te deixa insegura? Pô, confia mais no seu taco, mulher! Ele prefere passar a tarde com os amigos ao invés de ir te ver? Vai fazer algo que também te faça feliz! Você tem ciúme das mulheres do trabalho dele? Pense bem, se ele quisesse as colegas de trabalho, não estaria com você! Enfim, seja mais segura de si, acredite mais em seu potencial como mulher. Seja alguém que as pessoas queiram se aproximar, e não se afastar por medo de suas tramoias e sandices.

POR FAVOR! Pare de infernizar a vida das pessoas que estão ou já estiveram na vida daquele que você diz amar, ok? Ninguém se importa, tá! OBRIGADA!

Revisão: Felipe Rui

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E então pessoal, o que acharam do tema da semana? Complicado conviver com gente assim, né? Eu tenho pavor, pavor!
Bom, é isso! Se quiserem sugerir alguma tema, fiquem à vontade!

Beijos da Petit

2.3.11

O poder da autossabotagem

 
Você pode estar se boicotando e nem sabe.

Pense na seguinte situação: você está escalando uma montanha bem alta e está bem feliz porque em pouco tempo atingirá o cume. Só que então, faltando poucos metros para atingir seu objetivo, você simplesmente desiste. E, sem ao menos saber o motivo da desistência, começa a ser corroído por um enorme sentimento de fracasso. Horrível isso, não é?

Já parou para pensar o por quê de todas as vezes que as coisas podem dar certo, ou estão dando, você põe tudo a perder? Por que, mesmo quando reúne forças para lutar por seus objetivos, percebe que existe o desejo de vencer e superar obstáculos, você desiste antes de chegar na etapa final? Talvez você esteja sob os efeitos da sabotagem interior, também conhecida como autossabotagem. Um problema que se não detectado há tempo, pode destruir seus sonhos, sua carreira e sua vida.

Tanto na vida amorosa, quanto na profissional, existem exemplos em que as pessoas entram em um círculo vicioso de autossabotagem. Criando, para si, barreiras imaginárias que se interpõe entre elas e a felicidade.

Na vida sentimental, por exemplo, diz estar cansado de se envolver em relacionamentos que não chegam a lugar algum e quase sempre machucam e destroem sua autoestima. Que em seu caminho só aparecem as pessoas erradas e que quanto mais reza, mais assombrações aparecem. Porém, logo em seguida está novamente nos braços de alguém do mesmo tipo, cantando alegremente: “Você não vale nada, mas eu gosto de você".

Na profissão, está sempre culpando o mercado ou os chefes pelo insucesso. Choraminga que as oportunidades não chegam, que nunca é valorizado, que não reconhecem seu potencial e que no próximo emprego, vai se acertar. Só que esse emprego certo nunca aparece. E você segue infeliz, achando que escolheu a carreira errada ou pensando que não merece uma oportunidade de sucesso.

A autossabotagem tem raízes muito profundas. Os psicólogos normalmente a tratam como fruto de experiências da infância. Quando, muitas vezes, os pais superprotegem os filhos dizendo “Você é pequeno demais para fazer isso. Não vai dar conta” ou  trazem a ideia de fracasso de sua própria vida, afirmando que o sucesso nunca chega ou quando, na pior das hipóteses, afirmam categoricamente coisas como “Ambição é pecado”. Tudo isso influencia diretamente a imagem que uma criança tem da vida. Porque, de certa forma, ela está ali, desesperadamente tentando agradar aqueles que ela tem como referência. A partir disso, o indivíduo cresce carregando dentro de si sentimentos de insegurança, medo,  incompetência e outros muito piores.

Bom, descobrir que o fato da sua vida estar uma merda pode ser culpa das experiências de infância e dizer “caramba, não posso voltar no tempo e mudar isso”, não ajudará em nada. Você também não pode simplesmente ir até a casa dos seus pais e apontar na cara deles que a culpa da sua infelicidade está na criação que te deram. Eles fizeram o melhor que puderam, acredite. Aliás, nada disso fará diferença, porque o problema está dentro de você. E é dentro de você, também, que está a solução para dissolver esse sentimento tão prejudicial.

Se você indentifica-se com alguma dessas situações, a primeira coisa a fazer é aceitar que o problema é interno, não externo. Porque enquanto você buscar motivos para culpar as pessoas e as coisas por tudo que dá errado na sua vida, o ciclo vicioso não irá se romper. Tendo consciência de que só você é responsável pela sua felicidade, certamente trará mais forças para encontrar os caminhos que podem te levar até ela.

Sendo assim, se o primeiro passo já foi dado, entenda também que as coisas não se ajeitarão em um passe de mágica. Compreenda que há anos você vem tomando as mesmas atitudes e, talvez, não seja tão simples mudar o foco dos seus pensamentos. Por isso mesmo, é necessário ter paciência e persitência. Comece por ações pequenas, fazendo aquilo que você sabe perfeitamente que tem capacidade para fazer. Isso irá valorizar seus pontos fortes e, consequentemente, sua autoestima irá se reerguer. Em seguida, pense em tudo que você não quer mais ter na sua vida. É comum as pessoas nos pedirem para descrever aquilo que mais desejamos e acabamos abrangendo o senso comum: amor, dinheiro, saúde, etc. Aqui, é importante definir o que te faz mal, o que te impede de seguir adiante. Por isso, faça uma lista de coisas que devem mudar. Exemplo: “Não quero desistir facilmente. Não quero ao meu lado pessoas que me colocam para baixo. Não quero duvidar da minha capacidade...” e assim sucessivamente. Expurgando o que é ruim, as portas se abrirão mais facilmente para o que é bom.

Policiar seus pensamentos também é uma atitude que atrai coisas positivas. Pode parecer balela, se você entender isso como é exposto no livo “O Segredo”. Só pensar em coisas boas não vai transformar sua vida. É preciso evitar pensamentos ruins, que te trazem medo e insegurança e, em seguida partir para ações práticas. Se não se sente feliz no emprego que está atualmente, pare e reflita o que você não gosta ali. São as atividades? São as pessoas? Ou você simplesmente não gosta do que faz? Independentemente dos motivos, tente descobrir o que é e elimine-os. Se for o caso, mude de emprego. Mas antes disso, esclareça exatamente onde você quer estar e busque as medidas para levá-lo até lá. Já é um começo, concordam?

Não quero mais me alongar no assunto, acho até que o texto já está longo demais para os padrões do blog. Por isso, quero finalizar essa questão dizendo a vocês que há pouco tempo descobri que tenho feito exatamente isso comigo. Ando autossabotando minha própria vida e estou na luta para me desvencilhar desse ciclo vicioso. E se você se encontra nessa mesma situação, peço que busque, dentro de você mesmo,  a resposta que tanto procura para responder às suas aflições. Eu identifiquei onde estava o erro e sei que qualquer um pode fazer o mesmo. 

Desejo a todos um bom caminho de autodescoberta. Que apesar das mazelas causadas por esse sentimento, possamos todos encontrar de verdade o que queremos e não queremos para nossas vidas. E se não conseguirem sozinhos, por favor, não exitem em procurar ajuda profissional. Não é nenhuma vergonha admitir que precisamos da ajuda de alguém. Afinal, o que importa realmente é sermos felizes com tudo que conseguimos construir.

Se quiserem ler mais sobre o assunto, recomendo uma matéria da revista Sexto Sentido, nº113 da Mythos Editora. A matéria é assinada por Alex Prim e vale a leitura. Seguem também alguns links que encontrei na Internet sobre o assunto:


Revisão: Felipe Rui.
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Oi amigos! O tema do texto dessa semana não é muito tranquilo, né? Mas é um assunto que pode servir de referência para algumas pessoas, por isso resolvi compartilhar. Quero saber o que acharam, ok?
O texto da semana que vem terá como tema "Mulheres alteradas". Sabe aquela coisa de mulheres que amam demais e saem dos limites? Pois é... Aguardem!

Beijos da Petit

23.2.11

A ausência da presença.

Renato Russo tem uma música chamada "Esperando por mim", com uma frase que diz: “O mal do século é a solidão, cada um de nós imerso em sua própria arrogância esperando por um pouco de afeição”. E é mesmo! Cada dia que passa, estamos eliminando as relações pessoais e substituindo-as pela companhia da TV e da Internet. O que de certa forma tem “funcionado”, já que não é nada difícil vermos por aí pessoas com um milhão de amigos nas redes sociais. Porém, sem nenhum na vida real. O homem não é uma ilha, mas também, não é um albergue. Por isso, é preciso discernir o que é realmente importante. O que só é possível quando conhecemos bem a nós mesmos. Para isso, ninguém precisa realmente da opinião de terceiros. 

Quando um turbilhão de coisas acontecem e os sentimentos se misturam dentro do coração, como se estivessem sendo batidos em um liquidificador. Ou quando os sons à sua volta se tornam zumbidos indecifráveis e você não consegue mais ouvir nem a voz da própria consciência. Saiba que esse é um bom momento para ficar sozinho.

Em contrapartida, a pior parte da solidão, é quando você não precisa dela. São aqueles momentos em que seria bom ter um ombro para chorar as pitangas e lamentar os maus-tratos da vida. Ou mesmo, para compartilhar as alegrias, as conquistas e o sucesso.

Dentro desse universo de solitários X pessoas sociais, existe também a categoria dos sozinhos acompanhados. Aqueles que estão sempre rodeadas por muita gente, mas no fundo, no fundo, sentem-se as pessoas mais solitárias do mundo. Não estou falando de quem sofre de depressão. Me refiro às pessoas normais, que por uma questão de afinidades, não conseguem se adequar ao meio em que vivem. Muitas vezes os gostos não batem, as opiniões divergem e a sensação de estar só em meio a uma multidão é muito maior do que estar trancado dentro do próprio quarto na companhia de si mesmo. Como nessa frase que eu gosto muito:

“Olho para trás: há multidão sobre as calçadas. Olho para mim: há solidão sobre os meus pés...”  (Ismael Canepelle).

A verdade é que a maioria das pessoas não convive bem com esse sentimento. Já a minha visão acerca da solidão bate perfeitamente com outra canção do Renato, que diz "... a solidão até que me cai bem”. Porque, diferente de muita gente que precisa de companhia em seus momentos mais amargos, eu prefiro a calmaria que só a solidão é capaz de proporcionar. Realmente, gosto de lutar contra a tristeza em meio ao silêncio. Em momentos felizes também me sinto da mesma forma. Nunca precisei estar rodeada por vozes, barulho e corpos físicos para me sentir completa. Mas nem sempre foi assim. Demorei muitos anos para me dar conta de que eu era a melhor compahia para mim mesma e hoje eu fico muito bem só.

Não é preciso o milhão de amigos tão desejado. Não é necessário estar rodeado por pessoas que, muitas vezes, nada tem a acrescentar. Obviamente que o ser humano não foi feito para viver só. É importante ter bons amigos e a família por perto, mas acredito que somos capazes de suprir nossas próprias necessidades quando conseguimos ouvir o que nosso coração diz. Pois, somente nós mesmos somos habilitados a descobrir o quê,  de fato, pode nos fazer felizes.

Revisão: Felipe Rui.

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Depois de um longo recesso, a boa filha a casa torna. Sinto muito pela ausência forçada, não foi por querer que fiquei tanto tempo longe desse espaço que tanto aprecio. E sei que parece clichê dizer isso, mas a verdade é a seguinte: foram os problemas técnicos. rs Sério, fiquei sem meu notebook por um longo e penoso mês. Mas agora cá estou eu novamente, para encher vocês com todas as palvras que não consigo guardar dentro de mim.
O texto dessa semana foi esolhido por amigos no Facebook. O da semana que vem foi o segundo mais votado, por isso, fiquem ligadinhos, pois o tema será Autossabotagem.

Até semana que vem!

Beijos,

Petit Gabi