27.4.10

Questão de sorte?

Eu não conto com a sorte. Porque, simplesmente, não acredito que ela exista. Daí, eu pergunto: quem aqui acredita nela? Há quem creia mesmo que nossa vida é regida por SORTE ou AZAR?

No filme Bem-vindo ao jogo, o personagem vivido por Eric Bana, é um jogador de pôquer. E quando o perguntavam se ele se sentia sortudo no jogo, respondia que não acreditava na sorte. Apenas confiava em suas habilidades para jogar bem e consequentemente, ganhar.

Como no pôquer, a vida possibilita o uso das nossas habilidades. E saber utilizá-las bem, é muito mais vantajoso que contar com um golpe da sorte. Por isso mesmo, não fico esperando meu "bilhete premiado" aparecer, não me apego a amuletos e nem fico tentando achar um trevo-de-quatro-folhas por algum jardim.

Se a gente acredita ser guiado apenas pelo acaso, corre o risco de perder o total controle das ações que pretende realizar. E sem ao menos uma parcela desse controle, a gente pode cair na chamada Roda da Fortuna. Ou seja, nas mãos do que muitos intitulam, Destino.

Tem gente que se intitula "azarado". Outros, como "sortudos". Eu, me intitulo "guia". Afinal, sou eu e minhas próprias escolhas que me levam aonde eu devo chegar. Aliás, foram exatamente elas, que me trouxeram até onde estou agora. E se minha vida é um palco iluminado ou uma completa desgraça, não é porque estava escrito. É porque eu mesma a escrevi assim.

Contar com a sorte é prender-se em um movimento que você não consegue controlar. Tal qual um ventríloco que não tem vontade própria e é apenas guiado por um mão que balança suas cordas.

Até o próximo post.

Beijo!

10.4.10

É tudo novo de novo!

Conheço uma frase que diz "Quando você acha que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas". É bem clichê, eu sei. Mas, se a gente analisar direitinho, ela mostra que a vida quer da gente o movimento.

A maioria das pessoas tem tendência à acomodação. E são essas que passam a vida realizando os mesmos feitos. Sem se enveredar por caminhos opostos aos que estão acostumadas a percorrer.

Obviamente, há quem se sinta feliz assim. Aliás, tem gente que não quer mais nada, além de uma vida segura e estável. E chata.

Em contrapartida, existem os inquietos. Os que estão sempre mexendo os pauzinhos para que aconteça alguma mudança. Das mais significativas até as bem pequenininhas, aquelas que quase ninguém repara.

São perfis distintos. Pessoas que lidam de maneiras diversas com as mudanças. E seja lá como você escolhe lidar com a necessidade de mudar. Saiba que a vida não quer a gente parado. Muito menos, acomodados.

Todo dia ela vem e dá um cutucão. Obriga a gente a cair fora da zona de conforto. A sair do contentamento descontente para respirar novos ares. E poder escapar das rotinas massacrantes.

Tem gente que nem liga e fica ali, inerte. Já tem outros que mal levam a cutucada e já começam a se movimentar. E por que estou falando disso?  Pelo simples fato que, mais uma vez, estou naquela do "É tudo novo de novo". E quem já leu mais de um texto meu, já deve ter percebido que estou no time dos inquietos, né?

Pois é, eu mudei. Mudei para a cidade onde a cor predominante é cinza. Onde o tempo não se dá ao luxo de parar. E onde as pessoas estão quase sempre muito apressadas. Ou seja, em constante movimento. Não poderia ter escolhido lugar melhor!

Depois disso, deve ter gente que quer me perguntar. E se um dia você se arrepender por não ter construido logo, um chão estável e firme para pisar. E eu digo: tá aí, eu posso! Todos podemos. Mas, e daí? Eu vivo hoje. Amanhã que me espere.

Grande beijo para todos. E não fujam das mudanças, ok?

11.3.10

Abra a porta e deixe entrar.

Quando você pede muito algo. Quando você deseja verdadeiramente alcançar aquilo que deseja. De um jeito ou de outro você acaba conseguindo.

Só que às vezes, você está tão distraído que nem presta devida atenção. Nem nota que aquilo que chegou de forma tão despropositada em sua vida, possa ser bom.

Por isso, vale à pena ficar mais esperto. Prestar atenção nos pequenos detalhes. E nas mínimas oportunidades que se achegam de mansinho. Pode ser um sorriso gratuito. Uma puxada de papo a toa. Ou até mesmo um estranho que surge de repente e parece que sempre esteve ali.

Saiba que as coisas mais incomuns são aquelas, que na maioria das vezes farão alguma diferença em nossas vidas.

Creia no impossível. Tenha fé no desconhecido. E esteja aberto a todas as possibilidades. Afinal, o que você mais deseja, pode entrar pela porta que você menos vigia.
                                                              
Texto curtinho. Mas, o que vale é a intenção, né? Semana que vem, posto um novo conto pra vocês.
 
Beijos e beijos!

3.3.10

E por que não? e Contos pra te contar. [5]

Sabem aquelas tais coisas que surgem do nada? Quando você está de bobeira, desencanado até. E de repente “boom", algo explode e te surpreende positivamente?

Um dinheiro que você nem contava receber. O elogio de alguém impensável. Uma inusitada proposta de trabalho. Alguém interessante que cai de pára-quedas na sua vida. E por aí vai!
Não importa o que seja. São eventualidades ou pessoas com um poder transformador. Que faz com que isso seja tão gostoso de acontecer. Algo que tem a capacidade de acordar o que estava adormecido: a fé no acaso.

Eu tenho verdadeira paixão pelo inusitado. Situações positivas que fogem do senso comum. Alheias ao cotidiano. Que ocorrem inesperadamente de forma criativa. E aguçam todos os meus dispositivos de felicidade.

Não costumo me questionar a respeito quando isso acontece. Não fico me perguntando "Por que comigo?". Eu simplesmente abro os braços e recebo de bom grado.
Creio no seguinte, se algo ou alguém muito bom chegou até sua vida. É porque você definitivamente é merecedor disso. E a única pergunta que deve fazer a você mesmo é "E por que não?".

Aproveite o que o acaso te traz. Não vire as costas para o que não compreende de imediato. Dê uma chance para você. E viva da forma mais inusitada que puder. Pelo menos uma vez, duas, três ou infinitas vezes, se possível.

Para finalizar, deixo registrada uma letra que eu amo. É uma composição do Ivan Lins, na bela voz de César Camargo Mariano. Fala apenas de paixão. Mas, é uma boa pedida para quem costuma acreditar que coisas boas acontecem ao acaso.




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Como fiquei um longo tempo sem postar. E por causa disso, quebrei minha própria promessa de um post por semana. Deixo também um pequeno conto que estava esquecido em meu arquivos.


Algum sentido. Sentido algum.

Ali sentado no meio da grama, ele pensou nela. Sentiu uma imensa onda de tristeza. E se sentiu muito idiota por ter aquela sensação.
Lembrou de como ele tentara ajudá-la a enxergar que aquele caminho que ela seguia. Não era nem de longe o que a faria mais feliz. Isso não é problema seu, ela disse. Achei que fosse, pensou ele.
Muitas vezes, as pessoas nos machucam. Mas, é pior ainda quando o que as machuca faz a gente se sentir magoado também. E Liz sabia muito bem como se machucar. Ela era uma pessoa impossível de se entender. De tão simplista e transparente, parecia até uma tola.
O orvalho começou a cair e molhava seus cabelos. Ele levantou o rosto e sentiu as gotículas refrescantes da noite. Uma confusão de sentimentos passou por ali. Como ela podia agir assim? Tudo que ele queria era um tempo para fazer as coisas realmente darem certo.
De novo pensou que nem tudo tem o sentido que esperamos encontrar. E se conformou. Afinal, para que ele deveria despender tanto esforço para justificar o que não tinha justificativas?
Levantou e caminhou lentamente até o quarto do hotel em que estava hospedado. Não tinha notado que estava tão cansado. Não cansado fisicamente. Mas, cansado de sentir, pensar, absorver, conviver, doar. Cansado dele. Cansado dela. Cansado da vida que levava.
Ligou o rádio. Tocava uma velha música do New Order*. Pediu um vinho. Sentou na beirada da janela. Uma brisa bateu leve em seu rosto. Começou a prestar atenção na letra.
“Porque não podemos ser nós mesmos como éramos ontem? Eu não tenho certeza do que isso significa. Eu não acho que você seja o que mostra. E na verdade admito para mim mesmo que se eu machucar outra pessoa. Eu jamais verei o que na verdade deveríamos ter sido.”*
Sorriu. Cantou baixinho. Cancelou o vinho e deitou-se na cama para continuar perdido em seus próprios devaneios.
Tudo continuaria a ficar sem fazer sentido, afinal.


Beijos, queijos e goiabadas!

P.S. Obrigada a todos que sempre passam aqui, mesmo em minha ausência.

28.1.10

Deixa que eu te empurro!

Não sou do tipo que compra brigas. Quando dois amigos se desentendem, escuto os lados sem tomar partido. Muitos chamam de ficar em cima do muro. Eu chamo de apaziguar, acalmar os ânimos, estabelecer a paz.

Eu sei, não sou nenhuma embaixadora da ONU ou coisa que o valha. Também sei que os conflitos no Oriente Médio não vão acabar por isso. Mas, eu faço o que posso para manter a paz, pelo menos no círculo que me rodeia.

Pois bem, a ideia para esse post surgiu depois de ler um tweet que dizia algo como “Um amigo de uma amiga está escrevendo um texto sobre a Tessália e precisa encontrar desafetos dela em Curitiba. Help”. Aí, outra pessoa deu RT para dizer “Desafetos da Tessália, procurem a @fulana”. Caramba! Que diabos de mundo estamos vivendo? Por que as pessoas estão tão empenhadas em ferrar com as outras?

Até acompanho boa parte dos conflitos que envolvem a moça. O Twitter, os blogs e o próprio Big Brother está cheio deles. Mas, não estou aqui para defender a Tessália, muito menos para julgar quem não gosta dela. Só quero tentar entender qual motivação tem levado a galera a se preocupar com a criação de novas e mirabolantes redes de intriga.

Qual é gente, não temos nada melhor pra fazer? Sério mesmo? É realmente necessário se empenhar tanto para escarafunchar a vida de outrem?  Buscar seus podres, desavenças e afins só pela satisfação. De que mesmo?

Como eu já disse, não sou a pessoa mais boazinha do mundo. Não estou isenta de sentir raiva, inveja ou desdém por outras pessoas. Mas, sinceramente, eu tento fazer minha parte. Ao invés de ficar tramando planos para tentar dominar o mundo. Ou tentar fazer o mundo de alguém desmoronar. E tenho certeza que tem mais gente por aí que faz a mesma coisa. Cuida de si para ter o melhor a oferecer para quem os rodeia.

Então pessoal, que tal parar de procurar o que há de pior nos outros? Que tal começar a prestar atenção no que há de bom. E o mais importante, o que acham de tentar apaziguar ao invés de colocar mais lenha na fogueira das intrigas? Afinal, tem gente que se queima por si só. E não precisa da sua ajuda, nem da minha para cair por aí.

Isso, não é ficar em cima do muro. É ter a opinião formada a respeito de algo muito mais valioso que qualquer futrica ou desafeto. É ter a certeza que vale mais a pena ajudar a levantar do que empurrar para cair.


*Pitacos de Daniel Goraieb na construção do texto .


Beijo!


P.S. Viu só como cumpro minhas promessas... Um post por semana! É, joguei a preguiça pra escanteio mesmo. rs

23.1.10

Men at work!

"O trabalho enobrece o homem". Quem não conhece essa frase totalmente batida do Max Weber? Ela já foi usada e reutilizada ao longo de muito anos a fio. Inclusive, já foi tema de alguns post's por aí.  Pois bem, eu também vou me apegar a ela para perguntar: enobrece mesmo? Tenho lá minhas dúvidas com relação a isso. Afinal, tem muitas atividades profissionais que as pessoas realizam ao longo da vida, que não agregam porcaria nenhuma na sua existência. E pra falar a verdade, algumas simplesmente emburrecem o ser humano, ao invés de enobrecer, como disse o caro Weber.

Quando eu penso em trabalho, enquanto atividade remunerada que toda pessoa adulta e responsável deve realizar. Eu sempre lembro que é ali que passamos algumas das melhores horas de nossas vidas. Duvida? Bom, então pensa comigo: normalmente, as pessoas entram as 8 e saem às 18. Daí, a gente exclui as duas horas de almoço que a maioria tira e coloca apenas as oito horas diárias de trabalho. Durante essas horas, geralmente estamos dentro de um escritório ou qualquer outro ambiente que seja condizente com a atividade que realizamos. E lá fora, o que rola? Lá fora tem o sol (ou não), alguns de nossos amigos mais legais, nossa família, nosso cachorro, nossa casa com uma cama ou sofá que nos chama incessantemente, um belo parque, uma loja qualquer pra gastar, o boteco... Enfim! São as melhores horas do nosso dia que "perdemos" ali. Então, elas tem que ser no mínimo bem aproveitadas, não é?

Eu acredito que o lugar que trabalhamos determina 50% do quanto nossa vida será feliz ou triste. E isso, independe do que você faz por lá. Não importa se você é o diretor ou só o cara que serve o café. O local de trabalho tem que ser agradável.  E esse, é um detalhe tão importante quanto valor do salário ou o reconhecimento profissional que recebemos. Acham que sou doida? Calma, que eu explico!

Alguém aí pode me dizer como é possível produzir bem quando você sequer consegue se sentir à vontade? Impossível! Não dá para fazer nem o que a gente gosta quando estamos mal instalados. E eu não trato aqui apenas da infraestrutura  do ambiente. Eu falo também das pessoas que trabalham com a gente. Afinal de contas, tem coisa mais horrível do que trabalhar ao lado de alguém que apenas te desmotiva? Tem algo mais chato que sentar para trabalhar e ficar ouvindo indiretas e afins. E quando chega ao ponto inaceitável dos xigamentos e etc.? Complicado...

Trabalho bom é aquele aonde o indivíduo está cercado por um ambiente que torne propício seu crescimento profissional e intelectual. Ou seja, um lugar onde possa desenvolver todo seu potencial e aprender mais todos os dias. E não apenas sobre sua função, mas também sobre outras áreas de conhecimento.

Agora, de volta ao começo do post, o trabalho que emburrece o homem é aquele que transforma seu funcionário em uma mera máquina geradora de lucros. Aonde, ao entrar pela porta e bater o famigerado cartão de ponto, ele recebe uma trave em volta dos olhos que o faz enxergar apenas para onde a empresa quer. E isso, minha gente, é completamente deprimente e degradante.

Então, na próxima vez que você pensar em citar o Max por aí. Primeiro, pense bem em como anda seu trabalho, tá?


P.S.  Talvez muita gente ache esse texto chato e extenso, mas essa foi a temática da semana pra mim.


Até o próximo post.


Grande beijo!

14.1.10

Bon voyage!

Agora que passou (um pouco) a empolgação causada pelas festas de fim de ano e 2010 já tá correndo solto, bora trabalhar, né?
Quero compartilhar com vocês, que a minha ideia a partir deste momento, é postar um texto por semana. Já tenho alguns prontos, então, não corro o risco de amarelar pela picada do mosquito-preguiça. E também, porque preciso de verdade colocar esse blog pra funcionar direito, afinal, tenho 31 fiéis seguidores! Além do mais, uma pessoa muito bacana me encorajou dizendo que vale a pena eu continuar escrevendo. 
Sendo assim, como diz um colega da vida virtual: "E vamoquevamo". E para essa semana trago pra vocês um tema que muita gente aprecia na prática: viajar. Por isso, me digam, tem coisa mais legal que sair viajando além das barreiras da imaginação? E ainda agregar para a vida experiências únicas e especiais? Devem ter várias, claro. Mas, hoje, a intenção é mostrar o quanto a decisão de viajar por aí pode trazer coisas bacanas para nossas vidas.

Quem pode viajar "além-mar", tem que fazê-lo. Um dia, todo mundo tem que fazer isso. Seja lá como for, coloque uma mochila nas costas e arrisque-se pelas estradas do mundo. Mesmo que seja de ônibus, como foi meu caso.

Bom, e já que falei de ônibus, vou me atentar apenas a esse meio de transporte não tão prático, nem confortável, mas barato. E que te dá a chance peculiar de conversar de verdade com as pessoas. Porque, só quem já teve a oportunidade de fazer viagens longas (longas tipo, dois ou três dias), sabe qual é a sensação de fazer isso dentro de um ônibus repleto de desconhecidos. Não é nenhuma maravilha, digo logo. É cansativo, desconfortável, barulhento e etc. Mas, é uma pequena ou grande experiência real para uma vida toda. Creia nisso.

Pensa só, você embarca todo tímido, com uma mochilinha nas costas e nas primeiras horas de viagem usa apenas a própria imaginação para se distrair. Depois, resolve ler um livro, fazer palavras cruzadas, ouvir música, ou, simplesmente, olhar a paisagem que passa borrada pela janelinha de vidro. Mas, nada, nada no mundo te faz criar coragem para conversar com o estranho que está sentado ao seu lado.

Aí, depois de muitas horas, tentativas frustradas de adormecer na desconfortável poltrona e com a imaginação já falha. Você olha para o lado e com aquele sorriso amarelo, comenta algo como "Tá quente, né?" , "O motorista podia diminuir o ar. Tá muito frio!", ou o famoso "Nossa, a hora não passa.". Pronto. Não precisa de mais nada! Lá pela segunda ou terceira parada para lanchar, você já fez um amigo inseparável para as próximas longas horas que irão seguir.

A partir disso, você fica sabendo que o cara tá indo tentar a sorte na nova cidade. Que a mãe enfim vai visitar o filho que não vê há 10 anos. Que a garota passou no vestibular e pela primeira vez vai morar fora de casa. Ou que aquele avô vai conhecer o primeiro neto. Enfim, milhões de possibilidades. Histórias e mais histórias que ficarão entranhadas na sua durante aquele percurso, até seu destino final. Ou até quem sabe, pela vida inteira.

Isso, meus colegas, se chama vivência. São pequenas experiências enriquecedoras que só a convivência com nossos semelhantes (conhecidos ou descohecidos) podem proporcionar. E para mim, esse tipo de coisa não tem conforto de avião que pague.

Beijos e até a próxima semana!