20.10.10

Construção

Antigamente, eu costumava reclamar da dificuldade de engatar uma relação com alguém. Não falo sobre a máxima dita hoje em dia “está difícil namorar”. Estou entrando em um campo muito mais amplo da questão, que é, após encontrar essa pessoa, construir com ela a tal relação.

Esses dias, conversando com uma amiga no MSN, discutíamos exatamente sobre isso. Ela contava que estava junto com uma pessoa há algum tempo, mas que os dois ainda não haviam definido se eram namorados ou não. Para ela, havia sentimento, mas faltava o apego.

Acredito que o apego ao qual ela se referia está muito ligado a confiança. Não exatamente aquela confiança que te faz crer que o outro não vá te trair, mas o sentimento de que tudo está em seu devido lugar dentro de nós mesmos, para se ter certeza de que namoro é o caminho que a relação deve percorrer.

Tem muita gente que carrega consigo, como uma bagagem, traumas de relações passadas. Consequentemente essas emoções mal resolvidas tendem a afetar qualquer nova relação que se inicia. Acho que o caso dela era esse. Aí, é uma questão de ser paciente e fazer alguns questionamentos pessoais.

O quanto você gosta da pessoa em questão? Qual o grau de afinidade de vocês? Há quanto tempo estão juntos? Existe o senso comum de que é cedo para namorar ou um dos dois quer mais isso que o outro? Enfim, é tudo uma questão de sentar e fazer a velha DR. Tem gente que odeia esse termo, os homens principalmente, mas creio que, quase sempre, é conversando que se entende.

Construir uma vida a dois é difícil e, paradoxalmente, também é muito fácil. Conhecer a pessoa que está ao seu lado é uma árdua tarefa que a meu ver tem toda uma doçura embutida. Compreendo que, às vezes, abrir mão de suas velhas convicções para dar espaço a um novo ser que entra em sua vida e joga por terra tudo que você considerava como lei, é assustador. Mas, tem coisa mais deliciosa do que se livrar de velhos paradigmas, abrir mão do egoísmo e se jogar na aventura de um novo amor?

Claro, tem que haver respeito pela individualidade, porque em uma vida a dois, sua personalidade não deve ser subtraída pela do outro. A paixão também é fundamental e mesmo que já exista amor, ela não deve morrer. O sexo é completamente ligado ao nível de paixão existente na relação. O desejo do corpo também deve continuar existindo, senão bye, bye.

A vida é feita de experiências e experimentar tudo que te apetece ao lado de alguém bacana, independente de qual nome foi estabelecido para a relação, é algo valoroso demais para ser perdido por conta de medo, insegurança e traumas passados.

Para quem está com esse mesmo questionamento da minha amiga, só tenho um conselho: não perca seu tempo tentando nomear sentimentos e relações. Apenas sinta e viva tudo que for possível e que te faça bem, ao lado de quem você gosta. Com o tempo, as dúvidas se dissipam e o apego pega vocês. (risos) 

Um beijo e até o próximo post. (semana que vem, hein!)

Colaboração Ana Kopp.
Revisão Felipe Rui.

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Obrigada pelos comentários que recebi nos textos da semana passada. São um grande incentivo pra mim. Um beijo para Lílian Graciolli, Sidney Hamano, Jaci Viana, Ana Kopp, Lana Abreu, Osmar "Rei" e Rodrigo Furquim que não comentaram aqui, mas me deixaram recados muito legais. Sempre fico muito feliz por esse feedback!

14.10.10

A era das falsas gostosas.

Costumo dizer que namorado meu tem muita sorte no quesito ciúme. Esse mal me acomete muito raramente e enquanto a maioria das mulheres se rói por dentro quando o boy vai dar uma olhada em uma revista com ensaios sensuais, eu vejo com ele e ainda comento sobre.

Estou falando disso porque fiquei sabendo que a Mirian Bottan, tuiteira que sigo, fez um ensaio para a TRIP e fui conferir. Assim como fiz com a Playboy da Tessália e da Cléo Pires e com as fotos da minha amiga Lílian Graciolli na VIP ou das meninas do Lingerie Day que apareceram na Sexy. Eu adoro fotografia e, não raramente vejo ensaios de revistas, do Paparazzo e etc. É bacana, porque dá para ter ideias para fazer suas próprias fotos. rs

Tá, falando sério, eu vi o ensaio dela, pra variar fui espiar os comments  e fiquei chocada com as críticas. Não vou citá-las aqui, porque acho desagradável, mas me custa entender o que é ser exatamente gostosa hoje em dia. A menina é perfeita, o ensaio dela foi lindo e vem gente dizer que imaginava algo melhor ou que pensava que ela era mais isso ou mais aquilo. O pior de tudo nem foi ver os comentários masculinos. Os femininos é que me assombraram. Ô classezinha desunida, viu. (risos).

Então, fiquei pensando: o que afinal é ser GOSTOSA? É ter um peito entupido de silicone, uma bunda a lá Mulher Melancia e coxas como da Viviane Araújo? Por favor, né? Entendo que cada um tenha suas preferências, mas aí é demais. Lembro que quando a Tessália posou nua, choveram comentários dizendo que os peitos dela eram murchos e outras coisas absurdas só porque eram naturais. E na época eu também fiquei passada porque, para mim, aquilo era bonito, assim como acho a Mirian bonita e a Cléo e todas as moças fora do padrão atual. Que, aliás, nem sei exatamente qual é.

Antigamente, mulheres com curvas naturais eram consideradas gostosas. Vide Marilyn Monroe e Rita Hayworth que não era nenhum exemplo de falsa gostosura. Porque com silicone, lipo e Photoshop todo mundo fica uma maravilha.

Ainda estou acompanhando os comentários lá e não canso de me surpreender. Uma moça inclusive questionou o fato de um cara tê-la chamado de invejosa porque ela fez uma crítica. Disse que só porque não gostou, não quer dizer que seja inveja. Concordo com ela, porque no final das contas, cada um tem seu direito de gostar ou não do que vê. Mas, eu a perguntei, o que ela considera ser “gostosa”. E também te pergunto: o que é ser gostosa (o) pra você?

Espero que vocês comentem, pois estou super curiosa para saber o que as pessoas andam pensando a esse respeito.

Beijos! 

Revisão Felipe Rui.

SWU – Um festival de “sustentabilidade” financeira.

O tão esperado e comentado festival de música brasileiro, o SWU, que rolou entre os dias 9 e 11 de outubro, deixou para trás um rastro de dúvidas, questionamentos e indignação geral. Eu cheguei a citá-lo no meu último post sobre Sustentabilidade, porque achei a proposta interessantíssima e muito válida. Afinal, levantou discussões sobre um tema atual e necessário. Pois bem, fui prestigiar o evento no seu último dia, e assim como muita gente que já postou textos a respeito, tenho lá minhas considerações.

Em termos de atrações, não há do que reclamar. O line-up foi extraordinário e deu a oportunidade de muita gente conferir bandas ótimas como Pixies, Kings of Leon, Dave Matthews Band, Queen of the Stone Age, além de cantoras perfeitas como Joss Stone e Regina Spektor e muitas outras coisas boas. Conferi o show do Pixies, já que foi para isso que fui até lá, extasiada e emocionada com a comoção das pessoas que estavam ao meu redor. Diga-se de passagem, meu boy cantou TODAS as músicas deles até ficar sem voz. Perfeito.

Em contrapartida, a organização do evento foi muito ruim. A estrutura, claro, era enorme e talvez por isso, tenha sido difícil pensar em exatamente tudo que fosse pertinente para deixar um evento desse porte impecável. Porém, os organizadores voltaram seu foco todo para o marketing da divulgação, aliando o evento a uma causa sustentável que sequer existiu. Porque na prática, meus caros, a teoria é outra.

A entrada foi um caos. E me admira muito que no TERCEIRO dia eles ainda não tivessem conseguido alinhar isso. Organizar filas de entrada não deve ser algo muito complexo, mesmo com um público de mais de 40 mil pessoas por dia. Principalmente porque eles já deviam prever isso a partir da quantidade de ingressos vendidos. Eles não tiveram a capacidade de contratar seguranças especializados em eventos, simplesmente deixaram a revista, triagem e segurança nas mãos de PM’s. Durante a revista, foi uma loucura ver aquele monte de comida sendo arremessado para o alto, tendo ao fundo coros de “uhuul” e “aeeee” da platéia ávida por entrar logo. Lamentável. Eu nem tinha levado comida, mas fiquei muito revoltado com toda aquela falta de senso. A conferência dos ingressos também deu problema. Era um tal de “sistema fora do ar” que chegava a ser irritante. Custava conferir manualmente só para agilizar o processo? E no final das contas, nem se atentaram para detalhes como carteirinha de meia-entrada, RG, etc. 

Quando finalmente conseguimos entrar, fomos dar uma olhada no que tinha para comer. Caramba, eu tô acostumada a ver preços absurdos em eventos, mas aquilo ali era exorbitante. Um verdadeiro festival de “sustentabilidade” financeira. Tá certo que os preços talvez nem fossem definidos pelos organizadores, mas sim pelos patrocinadores ou empresas responsáveis pela venda da comida. Mas, mesmo assim! Pagar R$6,00 por um espetinho “meia-boca”, não é nada engraçado. Sem falar que o tal “refil” para bebidas não rolou. A idéia era que quem comprasse alguma bebida, ganhasse desconto na próxima compra se apresentasse o mesmo copo. Os atendentes nem sabiam disso. Foi copo plástico jogado no chão e o conceito sustentável no lixo. Obviamente que faltava educação por parte das pessoas, porque eu vi latões de lixo em vários lugares, mesmo que mal distribuídos. Já quanto às filas para comer, eu fugi delas. Escolhia o lugar que estava menos cheio e comia por lá mesmo. Talvez por isso, eu só tenha comido o famigerado espetinho. (risos) 

Os banheiros foram até razoáveis. Não tinha fila, não estavam absurdamente sujos e na sua maioria tinha papel. Ou seja, para um evento daquele porte, não dava para fazer nada muito melhor.

As palestras e “monumentos” organizados para promover a sustentabilidade passaram batido. Não conseguíamos sequer encontrar um lugar que entregasse a programação dos shows, que dirá saber os horários que rolou isso. Uma pena, porque devem ter sido interessantes. Eu até vi a tal roda gigante movida a pedaladas e uma estrutura construída com garrafas pet para escalar, mas não estava com vontade de pegar fila para conferir de perto. 

Já a água, eu não perdôo. O fato de não ter bebedouros, não ser permitida a entrada de garrafas com água e vender uma garrafinha de 300ml por R$4,00 foi o que mais fez o festival cair no meu conceito. Um absurdo sem tamanho. A saída foi muito mais tranqüila que a entrada. Quando o Pixies acabou de tocar, voltamos para nosso ônibus sem nenhum problema ou o caos relatado por quem foi no dia 09.

De qualquer maneira, posso dizer não me arrependo de ter vivido a experiência. Nunca tinha ido a nenhum evento desse porte e fora os pontos ruins que tenho em comum com grande parte do público que o prestigiou, posso dizer que em 2011, se acontecer novamente, estarei lá. E provavelmente, sustentarei os bolsos desses organizadores caras de pau só para poder ouvir e ver as bandas que gosto. Só espero que no próximo, eles abandonem esse discurso sem-vergonha de sustentabilidade, porque certamente, não vai colar.

E aí, quem foi no SWU? Me contem! 
Beijos e até o próximo post. 

Revisão do boy Felipe Rui.

22.9.10

Start With You.

Não é nenhum segredo que o mundo no qual vivemos está em um contínuo processo de degradação. Todo dia, “bombam” notícias sobre poluição, desmatamentos, extermínio de animais, entre outras, em maior ou menor proporção.

Geralmente, ao ouvir ou ler algo a respeito, a maioria das pessoas nem se importa. Quer dizer, fica aquele pequeno questionamento idealista “Que mundo deixarei para os meus filhos?”. Mas, depois se apagam essas informações e o dia segue. 

Parece que um elaborado bloqueio mental foi se formando. E grande parte da população lava as mãos para os problemas ambientais, por achar que é algo muito grande para que elas sozinhas possam dar conta. Existe um ditado e até uma música que diz “Uma andorinha só não faz verão”. Errado! O que o mundo mais precisa agora, é que uma andorinha comece. 

Tenho ouvido/lido/falado muito sobre Sustentabilidade. Está em voga. Virou pauta de ações em empresas, conversas no bar e até tema em festivais de música. Como o SWU, por exemplo, que a propósito, são as siglas do título deste post. Mas e aí? Vamos ficar apenas no bate-papo ou freqüentando eventos que promovam a ideia? Não, claro que não. As atitudes que vão dar consistência para esse conceito começam com você, comigo, com eles, com nós. Com todos.

Ficou com vontade de fazer algo, mas não sabe por onde começar? Já está até imaginando como se filiar a alguma entidade protetora do meio ambiente? Isso também é bacana. Mas, acredite, é muito mais simples do que você imagina. 

Já pensou em tomar banhos mais rápidos? Dar ou pegar carona com alguém? Apagar a luz da sala quando vai para o quarto? Sair para o trabalho de bike ou a pé, ao invés de carro? Tirar os aparelhos da tomada depois de desligados? Separar o lixo orgânico do inorgânico? Reaproveitar sacos plásticos? Desligar a torneira enquanto escova os dentes? E que tal plantar uma árvore, escrever um livro e fazer um filho? Brincadeiras a parte, isso é ser sustentável. É de uma maneira ou de outra, promover pequenas ações, que juntas, contribuirão para a manutenção do planeta.


Ok. Você já está careca de saber tudo isso, né? Não estou contando nenhuma novidade, eu sei. Só que é incrível a quantidade de gente que não faz nada disso. Conscientemente. Por isso, está mais que na hora de pararmos com as idealizações de um mundo melhor e primeiro, nos transformarmos em pessoas melhores.

Vamos lá, andorinhas. Temos um verão para fazer.

E aí, gostaram do tema? Sim ou não, postem suas opiniões aí nos comentários, tá?

Um beijo e até o próximo post. 

Revisão Felipe Rui


Você também pode gostar do texto postado pelo Alexandre Inagaki em sua coluna semanal do Yahoo.

24.8.10

Mau humor necessário.

Tem dias que a gente fica pra baixo, mal humorado e só quer ficar quieto sem que ninguém encha o saco. Esses são dias mais comuns do que imaginamos. Afinal, todos têm seus “bad days”.

Até aí, tudo bem. Você acordou com o pé esquerdo e tá super afim de maldizer a vida, seu emprego, amigos, o mundo em geral. Obviamente, existe a consciência de que isso não será recorrente. É apenas um diazinho osso duro de roer. Não há exatamente motivo para preocupações, certo?

Daí, chega aquela pessoa lazarenta que usa camisetas do tipo “Sou 100% FELIZ”. E ela vem com aquele papinho manjado do “pensamento positivo que opera milagres”. Aí, amigo, senta que lá vem conversa.

“Blá, blá, blá você atrai o que pensa”. “Blá, blá, blá, mentalize somente coisas boas”. “Blá, blá, blá sorria sempre, a vida é bela e o sol brilha todos os dias”. VTNC.

Como boa sagitariana que sou (sim, acredito nas descrições dos signos =o), costumo ser muito otimista. Mas, acredito que para algo dar certo, depende somente de mim. Por isso, desde quando sou obrigada a pensar e a ser positivamente feliz o tempo inteiro? Quer dizer, um dia de mau humor vai interferir na rotação do universo e detonar todo o resto? Não e não.

Ser positivo é buscar coisas e pessoas bacanas que somam em nossa vida. Sorrir quando existe disposição interna para isso. Trabalhar duro para conseguir o que se almeja. Ser honesto e fiel com seus próprios princípios. Respeitar seus sentimentos e expressá-los como te apetece. Isso é ser positivo de verdade. E não um falso "positivismo" sem bases ou estruturas. Guardando pequenos rancores, com medo de as pessoas pensarem que ela seja alguém extremamente negativo por mostrá-los.

Se forçar a nunca ficar de baixo astral ou não ter pensamentos ruins não irá te transformar em uma pessoa mais feliz, aceita ou bem-sucedida. No máximo, te obrigará a pagar rios de dinheiro para um terapeuta que te ajudará a externar todas as frustrações que você guardou desde que leu O Segredo.

E aí, você tem vivido de boa seus momentos de mau humor ou anda reprimindo tudo?
Beijos e até a próxima.

Revisão: Felipe Rui.

17.7.10

Que Edward, que nada!


Quando ouvi falar em Crepúsculo pela primeira vez, não era mais uma adolescente. Já tinha passado uns 10 anos à frente das histéricas mocinhas de 15 anos. Aquelas que gritam quando vêem os lobos e vampiros da história. Mesmo assim, ao assistir o tal filme fiquei encantada. E não assisti apenas uma vez. Assisti exatas oito vezes, as mesmas cenas bobas. Não satisfeita, ainda comprei o DVD original e todos os livros da série ou saga, como chamam.
E a coisa foi só piorando.
Comecei a idealizar uma relação que só existia na ficção. Eu queria um Edward pra mim. Ninguém que estivesse ao meu lado naquela época, poderia ser bom o suficiente. Acreditem, eu sofri com isso.
Sabem por que eu estou contando esse fato embaraçoso pra vocês? Porque dia desses, eu assisti o terceiro filme da “saga”, Eclipse. E foi uma surpresa notar que o personagem que tanto havia me encantado... É um idiota. Se eu tivesse que escolher alguém no filme, certamente não seria mais ele.
Edward é pedante. Formal demais. E me mataria de tédio em menos de duas horas de conversa. Ah sim, ele é lindo. Aliás, o Robert Pattinson é lindo. Sabe-se lá como seria o Edward, caso ele existisse (risos). A verdade, é que pelo menos pra mim, não tem graça nenhuma toda aquela perfeição exacerbada.
Com o passar do tempo, o que no meu caso foi até um curto espaço. A gente aprende que as relações que realmente funcionam, são aquelas com pessoas cheias de defeitos. Porque afinal de contas, defeitos todo mundo tem. Saber lidar com eles é que faz com que o relacionamento amadureça. Seja um amor, uma amizade ou uma simples relação familiar.  
Não adianta olhar para seu namorado e desejar que ele só queira te levar para a cama depois de casar. Ou que ele dance uma valsa contigo. Ou até mesmo que ele fique acordado a noite inteira só pra zelar por seu sono. Esse cara NÃO existe! Pode até ser que ele tenha uma ou outra qualidade louvável. Mas, no geral, ele vai te largar pra ir assistir o futebol. Vai virar pro lado e roncar depois do sexo. E certamente, irá pisar no seu pé até dançando forró. Mas poxa, é esse cara que com todos seus defeitos e particularidades, faz da relação algo real. Porque afinal de contas, tenho certeza de que você não quer um capacho ou alguém que fique te bajulando 24 horas do seu dia. Você quer alguém de verdade. Uma pessoa que construa uma vida contigo.
Tenho visto muita gente comentar que gostar de Crepúsculo faz de você alguém sem personalidade. Segundo Pablo Villaça, a história é cheia de falhas e a escritora é uma medíocre. Felipe Neto diz que se você não é uma adolescente virgem de 13 anos, não faz sentido gostar disso. E um monte de outros “contras” que poderiam ser listados.
Não creio que meu entusiasmo ao ter o primeiro contato com essa história, tenha sido falta de personalidade. Inclusive, escrevi um texto falando sobre a importância de manter vivo o adolescente que cada um tem dentro de si. Que foi uma maneira de defender minha paixão eminente. E defender o que se acredita, é ter personalidade. Mas, ao olhar pra trás, eu posso afirmar sem medo: eu era pura e simplesmente imatura e carente. E é bom conseguir enxergar isso agora.
É certo que cada um tem características e gostos próprios. E também, é correto que estas mudam de acordo com o tempo. Personalidade é algo que se constrói ao longo de uma vida. Todos os dias, ela pode sofrer alterações. E eu agradeço muito por ter essa capacidade de mudar. Sempre! Espero que tenham gostado. E também, que compartilhem comigo suas experiências sobre algo que os fizeram mudar de opinião. Beijos! Revisão: Felipe Rui.

12.7.10

Santos pecadores.

Para muitas pessoas, futebol é considerado uma religião. Os campos são templos. Os jogos são cultos/missas. E os jogadores, por sua vez, os santos. Os ídolos. Os idolatrados. As imagens que representam nossa fé em todas as partidas. Por eles, nós clamamos. Para eles, nós direcionamos orações. E são eles, que nós maldizemos, quando nossos pedidos não são atendidos devidamente.
Na Igreja Católica e na Ortodoxa, qualquer pessoa pode ser reconhecida como santo. Mas, para isto é preciso ter feito algo extraordinário. Seja algo considerado um milagre ou sucessivas boas ações durante a vida. Para os protestantes, os santos não existem. Não devemos dividir a atenção que deveria ser exclusivamente de Deus, com “pessoas comuns”.
Os católicos cultuam os santos. Tem em suas casas, réplicas da imagem que estes tiveram enquanto vivos. Para os protestantes, eles são apenas imagens de barro que escondem o Diabo atrás de si.
Eu não sigo nenhuma religião. Nem acredito em santos. Apenas, tenho fé em Deus.
Sou flamenguista desde criancinha. E a vida toda eu assisti o Flamengo em seus altos e baixos pelos campeonatos. Independente de como ele se saía, lá estava eu, sofrendo e sorrindo junto com meus tios fanáticos, diante da TV. Em 1999, eu voltei pra casa debaixo de chuva, apenas para ver o Flamengo jogar. Naquela época, Caio Ribeiro* estava em uma breve passagem pelo Clube. Durante a partida, o goleiro Clemer foi expulso e Caio ficou no gol. E fez boas defesas. Foi emocionante. Será que ele se lembra disso? Eu lembro.
Esse foi apenas um episódio solto, dentro do balaio de lembranças emaranhadas que eu tenho. Lembranças de quando os jogadores simplesmente faziam aquilo pelo qual se apaixonaram: jogar pela bandeira do seu Clube. Quando eles ainda apareciam no Globo Esporte. Não em programas sensacionalistas, como assassinos, drogados ou por não quererem pagar os serviços de um travesti.
O Flamengo já teve grandes jogadores: Zico, Júnior, Romário, Athirson*, Juan, Julio César, Pet...  O próprio Adriano, que ajudou na conquista de nosso último título. Inclusive, era para ele que eu vibrava em cada um dos últimos jogos. E quando ele saiu, fiquei triste e pensando em quem escolheria para meu novo “ídolo flamenguista”. Adivinhem quem escolhi? Escolhi: ele, o solitário do gol. O homem dos pênaltis. O goleiro-capitão. E me fodi! Em rubro-negro. Triste.
Aonde eu quero chegar falando de igreja/futebol e jogadores/santos? Pois bem, eu quero apenas tentar entender uma coisa. O que afinal está acontecendo com nossos ídolos do futebol? Por qual motivo essa “nova geração” está tão empenhada em passar uma imagem ruim. Ao invés de brilhar como os bons atletas que são? Ou eles sempre foram assim e nós, fiéis que somos, apenas os colocamos em um altar no qual não mereciam estar?
Jogadores não são santos, não é? São apenas ídolos de barro que se quebram na sua primeira queda. Queda esta, que deixa cacos espalhados por toda parte. Cacos que ferem todos que estão ao seu redor. E até mesmo, quem apenas os observava a distância.
Só pra finalizar. Eu gosto de futebol. Gosto muito. E torço pelo meu time em todos os jogos. Só que nesse momento, não tenho nenhum ídolo. Mas, uma coisa é certa: eu, definitivamente, continuo tendo fé no Flamengo. Sempre!
*Não consegui encontrar o jogo em que Caio ficou no gol. Mas, nesse vídeo que linkei, o comentarista faz uma menção a essa partida que eu cito.
*Para muitos flamenguistas, Athirson não foi ídolo. Afinal, ele saiu do time com o nome de mercenário. De qualquer maneira, na época, ele foi meu ídolo. E também, eu o achava super gatinho. (risos)
*Meus agradecimentos para os craques: Rodrigo Furquim, @felipem_ab, @_luisao, @mar_condes e @igor_oliveira. Eles me deram ótimas dicas para meu texto. =*

É isso, pessoal! 
Grande beijo e até o próximo post!